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Ter participado do Sarau Poético me trouxe algumas surpresas. Uma delas foi o convite da cantora e compositora Janete Flores para uma parceria a partir de um dos versos que mostrei no encontro, chamado 'A sede'.
Entreguei. Os dias passaram. E a melodia somada à composição, nasceu. Como um dia eu pensei no quanto seria interessante ter em forma de “som” algo que escrevi. Janete colocou a música e seu olhar. E essa primeira junção me encontra assim, desse jeito e de repente.
Ter participado do Sarau Poético me trouxe algumas surpresas. Uma delas foi o convite da cantora e compositora Janete Flores para uma parceria a partir de um dos versos que mostrei no encontro, chamado 'A sede'.
Entreguei. Os dias passaram. E a melodia somada à composição, nasceu. Como um dia eu pensei no quanto seria interessante ter em forma de “som” algo que escrevi. Janete colocou a música e seu olhar. E essa primeira junção me encontra assim, desse jeito e de repente.
A sede se instaura na conjugação de nossa solidão. Meio tango, meio canção. Sendo escolhida para ir no próximo álbum, ainda para esse ano, nascido como “Pra ti”. Um projeto que reúne música e poesia, com a finalidade de tratar das diferenças, dos extremos e dos sentimentos, possuindo em sua essência, a dualidade do inverno e do verão, do ardente e do gelado, do mórbito e do vivo.
E das convergências que nascem dos diferentes olhares de atuação na cultura e nas relações sociais, onde a poesia e a música, unidas nesse confronto, duelo ou associação, desvelam a realidade e os mais distintos olhares e comportamentos.
[Parte do encarte do disco, por Daniel Moreira]
Sede
Tenho em mim a sede
Nem de ficar
Nem de correr
de nada
me perco
no sonho
e grito em silêncio
no meio da noite
no meu pesadelo.
Mas preciso dizer
Que hoje eu acordei
sem saber daquilo
Se era inferno eu não sei
paraíso talvez
mas era sozinho.
Era frio de inverno
ou calor de paixão
E era tão solitário
que nem havia um dragão.
Não era carnaval
Nem era “Corpus Christi”
Nem noite de Natal
Nem manhã de comício.
E essa sede não morre
Mas me faz passar mal
E eu já nem sei se o que falta a ela
é açúcar ou sal.
Hoje quando acordei
sem saber de nada,
qual caminho, se esse ou aquele,
me senti cansada.
Hoje quando acordei
meio embriagada
desejei por um breve instante
não pensar em nada.
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Enquanto o álbum ainda está em processo de gravação, conheça um pouco da artista, através do primeiro disco (Retina), com "Dá um frio, dá um nó", clicando AQUI.
3 comentários:
Essa SEDE é um grande presente, e eu quero te agradecer aqui Didi por ter me permitido sentir a tua poesia e a tua SEDE que hoje já não é só tua e será ainda de muitos!
Beijos
eu sinto tanto orgulho de você, preta.
Adorei essa parte: "E eu já nem sei se o que falta a ela
é açúcar ou sal."
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