quinta-feira, 31 de março de 2011

Cantos de Trabalho: Cacau


No programa Navegando RádioCom está sendo apresentado, a cada dia, uma trilogia de Leon Hirszman, um trabalho que investiga o valor cultural das canções cantadas por trabalhadores no interior do Brasil. Por achar um trabalho interessante, compartilho nesse espaço também:

Entre 1974 e 1976, Hirszman realizou três documentários produzidos pelo MEC sobre os cantos entoados pelos trabalhadores rurais nordestinos. Na trilogia há a documentação dos cantos de trabalho da cana-de-açúcar em Feira de Santana, dos plantadores de cacau em Itabuna, de mutirões em Chã Preta.

"É uma espécie de partido-alto do campo, uma roda de samba no trabalho" - afirma o cineasta que confessadamente caminhava na trilha aberta por Humberto Mauro e Mário de Andrade no resgate dessa prática cultural em vias de extinção.

Cacau (1976)
Filmado na região de Itabuna, Bahia, o documentário recolhe cantos e danças dos trabalhadores das roças de cacau, praticados nas atividades de extração e "pisa" da fruta.

Narrado por Ferreira Gullar.




Carta de aluna de Medicina a Bolsonaro


Sr. Bolsonaro,

Venho atraves deste e-mail exercer o meu Direito de Resposta relativo às suas afirmações no programa CQC:




Sou cotista de medicina com muito orgulho, graças ao presidente Lula.

Caso o senhor tenha o infortúnio de sofrer um acidente algum dia e cair nas minhas mãos em um pronto socorro, terei o maior prazer em atendê-lo, pois só vendo o senhor viver é que terei a certeza de que continuará sofrendo ao ver a diversidade de raças e a prosperidade do povo mestiço brasileiro.

Vai um presente para o senhor. Imprima, coloque numa moldura e se delicie olhando para os seus heróis, porque os nossos… os nossos são outros e o senhor sabe muito bem quem são.

Maiara Silva.

Ps.: Favor não confundir com aquela Mayara das eleições, a afogadora de nordestinos.


terça-feira, 29 de março de 2011

Si yo te dejo



Si yo te dejo, el aire falta
La melodía de mi canción ya tu no cantas,
La flor se muere, el sol se apaga.
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domingo, 27 de março de 2011

Memória, Verdade e Justiça: marcas da Ditadura do Cone Sul, em PoA

A Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos, a Secretaria da Cultura, a Assembleia Legislativa e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, promovem o Seminário Memória, Verdade e Justiça: as marcas das Ditaduras do Cone Sul, que ocorrerá nos dias 30, 31 de março e 1º de abril, em Porto Alegre/RS.

Hoje existe um intenso debate sobre a garantia dos direitos à memória e à verdade, mas também à responsabilização penal dos perpetradores do terrorismo de Estado.

O seminário tem por objetivo discutir estas marcas do passado ditatorial no presente democrático, oportunizando um espaço em que seja possível compartilhar experiências, conhecimento e reflexões.

A entrada é franca. Confira a programação clicando na imagem abaixo e não deixe de participar deste importante e necessário debate.



OS PAINELISTAS:

Antenor Ferrari – Advogado, deputado estadual pelo MDB, presidiu a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a primeira do Brasil, criada em 1980. Também foi presidente da Casa em 1983.

Camilo Casariego Celiberti – Filho de Lilián Celiberti, sequestrada em 1978 em Porto Alegre num operativo Condor que congregou o aparato repressivo uruguaio e brasileiro, conhecido como “o sequestro dos uruguaios”. Depois da denúncia do jornalista Luiz Cláudio Cunha e do fotógrafo J.B. Scalco, a operação foi desmanchada. Camilo (sete anos) e sua irmã Francesca (três anos) também foram sequestrados e levados para o Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul (Dops/RS). Camilo teve um papel decisivo ao confirmar o local do seu cativeiro em Porto Alegre: reconheceu o Arroio Dilúvio, que ele via do segundo andar do prédio da Secretaria de Segurança Pública, onde funcionava o Dops.

Edson Telles – Professor de Ética e Direitos Humanos do curso de Pós-graduação da Universidade Bandeirante de São Paulo. Filho e sobrinho de presos políticos, aos quatro anos de idade foi sequestrado e levado para as dependências do Doi-Codi de São Paulo, juntamente com sua irmã, Janaína (cinco anos), e sua tia, Criméia de Almeida, grávida de oito meses. As crianças ficaram presas durante dez dias no centro de repressão, assistindo às sessões de tortura as quais seus pais foram submetidos. Em 2008, a família Almeida Teles ganhou na Justiça a ação declaratória contra o chefe do Doi-Codi/SP, Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Estela de Carlotto – Presidente da Asociación Abuelas de Plaza de Mayo. Sua filha foi sequestrada e enviada a um centro de detenção clandestino quando estava grávida de três meses. O corpo de sua filha lhe foi devolvido. Seu neto, no entanto, não lhe foi entregue. Até hoje, Estela segue em sua busca. A ditadura argentina sequestrou e expropriou a identidade de mais de 500 crianças. Até o presente momento, cerca de cem crianças tiveram suas identidades restituídas.

Luis Puig – Sindicalista, secretário de Direitos Humanos do Plenario Intersindical de Trabajadores – Convención Nacional de Trabajadores (PIT – CNT). Representante da CNT na Coordenação Nacional pela Anulação da Ley de Caducidad (lei de anistia similar à brasileira) e deputado do Partido por la Victoria del Pueblo (PVP), pela Frente Ampla.

Raul Pont – Deputado Estadual pelo PT. Historiador, foi líder estudantil e presidiu o DCE Livre da UFRGS, em 1968. Foi perseguido pela ditadura brasileira. Participou da fundação do jornal Em Tempo. Fundador do PT, atuou como deputado estadual constituinte, deputado federal e prefeito de Porto Alegre (1997-2000).

Sereno Chaise – Advogado e trabalhista histórico, foi cassado pelo Golpe Civil-Militar em 1964, quando era prefeito de Porto Alegre. Foi deputado estadual entre 1959 e 1963 pelo PTB. Foi um dos fundadores do PDT.

Suzana Keniger Lisbôa – Integrante da Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos. Seu marido, Luiz Eurico Tejera Lisbôa, foi o primeiro desaparecido político da ditadura a ser reconhecido oficialmente pelo Estado como assassinado pelo sistema repressivo.

sábado, 26 de março de 2011

De estrela caindo bem devagar

Quanto mais desejo um beijo
Um beijo seu
Muito mais eu vejo
Gosto em viver.
Viver.

Por ser exato
O amor não cabe em si
Por ser encantado
O amor revela-se
Por ser amor
Invade, e fim.




Pelotas recebeu na noite de sexta (25) o cantor e compositor brasileiro Djavan. Depois de onze anos e dois meses sem tocar na cidade, o músico trouxe o espetáculo de seu mais recente trabalho “Ária” (2010), além de não deixar de fora suas canções clássicas de mais de 30 anos de carreira na MPB.

Leia na íntegra AQUI.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Tristeza é a falta de alegria

HÉLIO LEITES

"Eu sonho com o momento que eu não vivi ainda.
Um momento vazio na minha vida, pra preencher...
Não sei se com alegria ou com tristeza."


Considerado como um multiartista, Hélio, natural do Paraná, expressa seu trabalho em variadas maneiras de arte artesanal. Formas, performances e cores se tornam “vida” através de linhas, objetos, caixas de fósforos e botões.
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Participação no documentário que é parte do projeto Thomás Tristonho, em “O que é tristeza para você?”


Artista: Hélio Leites
Dirigido, fotografado e editado por: André Saito & Cesar Nery
Trilha original: Fê Sztok e André Saito
Arte Gráfica: Pedro Hefs


quinta-feira, 24 de março de 2011

Ele vem... amanhã.

"Olha lá, as gaivotas já
Vão deixar suas ilhas
Veja o sol
É demais essa cidade
A gente vai ter
Um dia de calor..."

Amanhã (25) minha cidade recebe um dos maiores nomes da música popular brasileira: Djavan. E sem ter a intenção de ser clichê, declaro isso com satisfação por achar seu trabalho muito significativo – e duradouro - na história da música.

Para falar nele, eu teria que ter tempo e talvez outras coisas. E dentre essa correria justificada aqui, me resta dizer que a graciosidade que a música simples, poética e encantada que eu não tenho dúvidas que Djavan trará no palco da noite de amanhã do Guarany, vai mostrar um pouco mais desse nosso rico Brasil cheio de gente competente e artística – no melhor sentido da palavra.

Para essa turnê pelo País, o músico preparou um repertório clássico de tantos anos de carreira e uma atenção ao último álbum “Ária”, gravado no ano passado, onde ele exerce exclusivamente a arte de interpretar canções de outros compositores. Depois de tantos anos, Djavan emprestou sua voz para lembrar sua memória afetiva, através de canções que outrora cantou apenas no seu íntimo. O resultado de Ária expressa uma generosidade grande com cada música, digna da delicadeza que Djavan sempre teve com a arte.

Abaixo, uma das minhas preferidas: A clássica 'Palco', composta por Gilberto Gil:




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mais...



Te seguir
E poder chegar
Onde tudo é só meu
Te encontrar
Dar a cara pro teu beijo
Correr atrás de ti
Feito cigano, cigano, cigano
Me jogar sem medir

Viajar
Entre pernas e delícias
Conhecer pra notícias dar
Devassar sua vida
Resistir ao que pode o pensamento
Saber chegar no seu melhor momento
Momento, momento
Pra ficar e ficar...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tua

Qualquer semelhança, é mera coincidência na postagem de um vídeo da cantora e intérprete Maria Bethânia ser destacado aqui em plena polêmica época envolvendo algo tão importante na vida social que é a cultura. É claro que o debate em torno dos milhões de reais sendo negociados através do Ministério da Cultura para a manutenção de um blog pela cantora, tem causado surpresa (mais uma entre tantas!) e protestos.

Verdade ou não, é momento para mais uma vez se debater acerca da grande desigualdade existente em todos os setores do nosso País. Refletir não apenas quando notícias bombásticas surgem como faísca em redes sociais, agendando as falas da população nas últimas semanas. Precisamos de frutos vivificados, continuados; necessitamos de firmezas em nossos direitos e manifestações, por um Brasil mais justo.

É absurdo, sem dúvida alguma, em um país onde a informação e a ampliação da livre difusão de compartilhamento de ideias e percepções tem avançado - sendo considerado com um dos grandes pólos de circulação de informações através do uso frenético da tecnologia - estar regredindo na democracia da cultura e da arte. Mas isso é papo para outra hora. Em breve. E com calma.

Polêmicas , opiniões, verdades, mentiras e pontos de vista a parte, hoje quero compartilhar essa bela poesia de Adriana Calcanhoto, interpretada por Bethânia. Calcanhoto enviou, por carta, um disco com 3 canções na sugestão de ser interpretada pela cantora baiana. A escolha rapidamente foi “Tua”, sendo gravada no disco “Encanteria” e no DVD de 2010.

A voz de Bethania é suave. Pura. Madura. E tocante.



Dentro da noite voraz
Detrás do avesso do véu
Atravessa este verso
A vontade nua

Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite feroz
No breu das noites brancas de hotel
No clarão, no vasto, no vago
No vão, no não, na multidão

Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite fulgás
Estrelas a se consumir
Arde o gás que faz esta canção
Será que você vai me ouvir?

Tua, tua
Tua e só tua

Na areia, na neve marinha
No dentro do dia, tua
Na areia, na neve marinha
No motor do dia, tua

Tua, tua
Tua e só tua.

Imagens que marcaram a última década IV


Uma tentativa de retratar visualmente uma década reveladora de guerras, sentimentos conflituosos e calamidades naturais no nosso mundo.


Soldado Lynndie mantém uma coleira amarrada ao pescoço de um preso na prisão
de Abu Gharib, em Bagdá, Iraque, em 2003
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sábado, 19 de março de 2011

Nossa vida é definida pelo medo ou pelo amor

É por essas e outras que eu me derreto por crianças! Elas ensinam muita coisa...



Aproveito e compartilho algo que há anos está posto nesse mesmo blog, o que, na minha concepção, tem a ver com o contexto do video: "O amor na visão mais linda". CLIQUE AQUI para conferir.

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quinta-feira, 17 de março de 2011

Come a little bit close

Senhoras e senhores, é hora da necessária e libertadora "I'm the one" de Danzig!



And now I know my place
In this life I ride
And I know the things I feel
A burning deep inside...

quarta-feira, 16 de março de 2011

O novo. O recomeço. A continuação.

Algumas horas me afastam de mais uma etapa da minha vida. Ou a continuação de tudo o que tenho vivido. São cinco e vinte da manhã. Daqui a pouco, me desloco à minha Universidade para assinar meus últimos meses de pós-graduação em Sociologia e Política. Mais uma pesquisa ou a primeira – realmente – de uma vida. Ta aí algo que mais uma vez faz parte de um futuro-presente que acaba de bater na minha porta. Mais uma escolha, diante de um leque de vontades e anseios. Mais uma dúvida e uma certeza.

As noites regadas a café pela minha paixão por escrever a noite, a correria do dia-a-dia cruzando a cidade, buscando palavras e significados nos livros e tentando sugar um pouco dessa tão inesgotável caixinha de curiosidades e surpresas, que é a humanidade. Tudo isso e tantas coisas paralelas me fazem sentir mais viva, se posso dizer assim.

Não sei o motivo concreto, mas a cada dia tenho me sentido mais inquieta comigo mesma, mais cansada com a “normalidade dos fatos” e até mesmo desacreditada das pessoas. E é um processo que me causa estranhamento porque não é preciso me conhecer muito para saber o quanto sou entusiasmada com o que abraço e com o que vivo. Sou ingênua com minha confiança frenética e equivocada naquilo que percebo. E devo dizer, que, através do atual contexto de vida, tenho - de fato - encontrado paz muito mais no que leio, no que oro, no que ouço no meu íntimo, nas melodias que sinto. Aprendi que meus verdadeiros companheiros são também os livros. Meu humanismo tem sido também os sons que me acalmam, expressos em letras que me trazem profundidade.

Mas tenho andado inquieta.

Já são muitas vivências, poucas experiências e alguns choques. A indiferença, a falta de justiça e até mesmo a incompreensão humana tem me feito fingir uma paciência que eu não sei se já tive, mas tenho buscado ter. São nessas horas que lembro da poesia de Lenine dizendo que nossa inquietude nos faz ver que “a gente espera do mundo e o mundo espera de nós”. E a paciência está lá, como busca de refrigério desse violento mundo estranho.

É mais um ano que acaba de começar para mim. Oficialmente agora. Já se foi o carnaval. A quarta-feira de cinzas. As férias grandes de dezembro/janeiro/fevereiro. O verão. Hoje senti frio. O vento bateu no meu rosto quando voltava de mais um dia de trabalho. É o clima também me avisando que o tempo vem ou vai com o vento. Eu não sei. Mas o sol brilha, é verdade, só que nem sempre está tão forte. Aos poucos, a vida vai nos trazendo para o seu momento. Já experimentou caminhar pelas ruas e perceber as pessoas a sua volta? As calçadas com os pés correndo de um lado para outro. Estamos caminhando juntamente com esses desconhecidos e amontoados pares de pés que carregam historias diferentes e buscas. No final, o ponto em comum se resume na busca.

A partir de agora, eu terei que ter mais horários. E eu não gosto deles. Talvez eu vou precisar sair ainda menos nas sextas a noite e viajar mais, por causa da pesquisa. Eu não sei o que me espera nos próximos dias porque a rotina também é algo que me cansa. Mas as vontades que eu tenho dentro de mim piscam como bomba prestes a explodir. Não sei se é a carência e a vontade de viver uma paixão, daquelas arrebatadoras que te fazem sentir desejado, pelo simples fato de seres tu mesmo. Sabe aquela coisa meio necessária de vez em quando para dar um up! e te mostrar que estás vivo e que existem estrelas no céu também para serem contempladas? E cada detalhezinho expressa um frio gostoso na barriga. O bendito “medo alegre” que aprendi com Lispector.

Não sei se é a incerteza do futuro que não me dá previa, mas que espera notícias e decisões unicamente minhas e do meu caminhar. Eu não sei se é até mesmo a idade – e veja, 23 é ainda menos da metade de um cinqüentenário. Olho meu pai, acima dos 50, mais vivo do que eu. Me constranjo. Ainda há tanta água para rolar. Tanta lágrima a aparecer. Tanto frenesi para sentir. Tanta viagem e tanto encontro. Tanta cena, tantas pessoas, tanta música latejando no ouvido. Tanta descoberta, tanta palavra, tanta emoção.

Segunda-feira volto para a escola, onde me encontro com crianças e adolescentes com diferentes histórias, curiosos rostos e surpreendentes corações. Vou lá, na escola que passei uma das melhores fases da minha vida: a infância; e vou conhecer um pouco mais do mundo em que vivo. Ou do mundo que está ao lado do meu. Eu não sei, mas não acho que as coisas andam separadas. O bom e o ruim, o novo e o velho, o preto e o branco estão todos no mesmo habitat. Quero aprender com aqueles alunos um pouco da vida. Talvez voltar a acreditar um pouco mais nas pessoas, assim como eles acreditam e esperam de mim, a cada nova segunda-feira.

Não sei se devo esperar.

Mas sei que toda essa busca por renovação, transformação ou apenas continuação da minha vida me faz querer apenas ainda mais... encontrar a mim mesma.
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terça-feira, 15 de março de 2011

Freak Brotherz - Aniversário de 13 anos


Energia, groove e atitude são palavras que descrevem a banda Freak Brotherz. São 13 anos representando a cena musical pelotense por onde passam. No dia 19 de março, sábado, pós 23h, no Wong Bar (Benjamin esq. Álvaro Chaves), a Freak estará comemorando mais um ano de existência.

A banda que no momento se encontra em estúdio gravando seu segundo disco, tem motivos para comemorar: São mais de duzentos shows, premiações em festivais ( do primeiro disco Dentro da Ideia, nove das 13 músicas foram premiadas) e participações em coletâneas e festivais a nível nacional e até internacional, como a participação em três edições do Fórum Social Mundial.

Para o vocalista Danilo Ferreira, a resposta para a longevidade da Freak numa cidade onde poucas bandas conseguem ultrapassar os três primeiros anos de vida, é "o prazer em tocar, amizade entre os músicos, acreditar na força do próprio trabalho e o apoio da galera que curte a banda". Para Ferreira, a história da banda começou em 1998 quando junto com seu irmão, baixista e vocalista, Solano Ferreira, resolveram montar uma banda com a intenção de levar a sério as composições próprias, o que de fato se tornaria a marca da Freak.

Os irmãos Ferreira acreditam também a energia e parceria dos músicos Rodrigo Monteiro (guitarrista) e Clovinho Motta (baterista) que apostam no trabalho autoral da banda. Segundo Solano, “esses malucos renovaram as nossas baterias para seguir fazendo o que mais gostamos e sabemos fazer, zuera”.

O show do dia 19 será oportunidade de conferir o que a banda anda preparando para o próximo disco. Algumas composições novas serão apresentadas, bem como antigos clássicos do repertório da banda., o evento

Além do show da Freak, o evento conta com a participação das bandas VadeRetrô e Burnout.

Amanhã (16), o Programa Cultural Navegando RádioCom recebe a banda, em entrevista, com participação de músicas ao vivo do novo disco. Ouça ao vivo a partir das 16 hs.


segunda-feira, 14 de março de 2011

Pimenta Buena em show inédito reabre o Projeto Sete ao Entardecer de 2011


Há poucos meses da grande estréia do EP intitulado Nada Original o grupo Pimenta Buena apresenta hoje às 18h30min na abertura do Projeto Sete ao Entardecer, na Fábrica Cultural (Félix 952 quase Argolo), uma prévia das canções que comporão o segundo trabalho da banda.

Em entrevista exclusiva para a RádioCom, Vicente Botti, vocalista da banda, conta qual o diferencial deste show que traz a participação do acordeonista Aluisio Rockembach.

"O show de hoje é a essência da alma pimentera, queremos reverenciar o a música do Mercosul, sermos vistos e apreciados como uma banda do eixo cisplatino, persuadidos pela estética do frio de Ramil e a integração das culturas latinas. Para isto gravamos um EP com duas faixas que conduzem para essa característica sulista.

Preparamos um show que começa com um formato semi-acústico transformando as primeiras canções da banda em doces baladas de cabeceira e releituras inéditas das mesmas. Destaco a aceleração do beat (ritmo) de Entre dos Soledades, fazendo uma versão reduzida e bem swingada e funkeada para fazer as pessoas cantarem, fato que vem se repetindo cada vez mais em nossas apresentações satolepeanas.
Levo comigo para o momento clímax do show uma música inédita de violão e voz que revela a contemporaneidade da minha poesia, e as emoções a flor da pele, entenda-se Los Brazos de la Soledad...
Da metade pra frente energizamos a coisa chamando ao palco o grande instrumentista Aluísio Rockembach que gravou duas faixas do novo EP e amanhã deve participar numas cinco canções. Entre elas Desafiando al Destino, uma levada com pitadas de funk e rap que transformou-se na nossa música preferida."

A Pimenta Buena será formada por André Chiesa na bateria e backing’s vocals, Ottoni de León nos contrabaixos acústico e eletro-acústico fretless e Vicente Botti na voz e nos violões aço e nylon.

Site oficial

Contatos direto com a banda: contatos@pimentabuena.com

Aviso aos navegantes

Àqueles que entraram nesse espaço nas últimas horas, e, por uma fração de segundos, se perguntaram se estavam no blog certo, eu respondo: Sim, você não errou o endereço e aquela imagem interessante de Banksy no cabeçalho acaba de tomar novos rumos, ao menos por enquanto.

Na verdade, nada novo aqui, se não a renovação do mesmo de sempre. Defendo que a estética de qualquer espaço - seja ele virtual ou não, - deve ter sintonia com sua ideia, proposta, intenção, representação. Até então isso aconteceu. Mas o momento é também de renovação.

Nos próximos dias, esse blog provavelmente passará por algumas transformações em seu layout, como já está sendo feito. Talvez trazendo novamente Banksy, ou tantos outros artistas - e imagens - que, de alguma maneira, possuem relevante significância com a sensibilidade que esse espaço busca alimentar.

Vamos nos permitir?

Um beijinho, boa semana e boas criações para todos nós!

domingo, 13 de março de 2011

Para quem curte instrumental: Eric Johnson

Há uns dias, postei o guitarrista Joe Satriani com uma canção que me emociona.

Hoje o espaço é dedicado a outro grande músico: Eric Johnson. De muitas melodias dele, Manhattan é uma das minhas preferidas.

Àqueles que entendem que a vida seria um tanto sem graça sem música, um bom domingo!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Gondim - Deus nos livre de um Brasil evangélico

Para aqueles que - assim como eu -
gritam, ardentemente, que cristianismo é completamente oposto
à religiosidade escravista e retrógada que vergonhosamente
tem crescido e se mostrado em nossos dias.
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Quando afirmo que o sonho (deles) é que impere o movimento evangélico, não me refiro ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar “crente”, com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).

Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.

Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”?

Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, certamente, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?

Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português.

Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.

Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?

Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu; basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para saber que isso aconteceria.

Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.

Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar: Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.

Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a qualquer livro da série “Deixados para Trás” ou do Max Lucado.

Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista.

O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo.

Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade;
Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador.

Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Vontades efêmeras não valem a pena


Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder para aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos.

Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.
Não fique preocupado, você nunca sabe quem está se apaixonando pelo seu sorriso.

[Chaplin]

terça-feira, 8 de março de 2011

O 8 de março é vermelho

“O dia das operárias de 1917 foi uma data memorável na história.
Nesse dia, as mulheres russas levantaram a tocha da revolução proletária
e atearam fogo ao mundo. A revolução de fevereiro acabara de começar".
(Alexandra Kollontai)



O peso que traz o 8 de março não é para nos presentear, ou mesmo nos parabenizar. A vitória não é ser mulher, pura e simplesmente, mas sim lutar para sermos mulheres a nossa maneira, lutar contra todos os tipos de opressões.

Uma coisa que deveria ser óbvia, mas muitos não enxergam é que mulheres e homens não vivem em pé de igualdade; por isso o dia da mulher ser um dia de luta. É um dia simbólico que lembra (ou deveria lembrar) a todos que vida de mulher não é fácil.

O Dia Internacional da Mulher surge como uma proposta socialista, pois a luta da mulher é socialista.

O 8 de março é vermelho.


segunda-feira, 7 de março de 2011

Lia de Itamaracá



Eu sou Lia da beira do mar

Morena queimada do sal e do sol
Da Ilha de Itamaracá
[Ciranda de Lia - Paulinho da Viola]

Seu nome é Maria Madalena Correia do Nascimento. Ela canta, compõe e dança. Sua reconhecida identidade por “Lia de Itamaracá” é cantada em versos de Lenine, Otto e Nação Zumbi. Aquela música popular “Esta ciranda quem me deu foi Lia/ que mora na ilha de Itamaracá” lembra sua representação. E não é para menos que ela já ganhou composição de Capiba, um dos maiores compositores que o País já teve: "Minha ciranda não é minha só / é de todos nós / a melodia principal quem guia é a primeira voz / pra se dançar ciranda".

O histórico é grande. Lia de Itamaracá nasceu em 1944 na Ilha do litoral de Pernambuco, que dá nome a sua identidade artística. É considerada a mais famosa cirandeira do Brasil.

Em 1977 gravou seu primeiro disco, o LP "A Rainha da Ciranda". Mas não enveredou pela vida artística e continuou trabalhando como merendeira em uma escola de sua cidade. Na década de 90 foi redescoberta pelo produtor Beto Hees, que a levou para participar do festival Abril Pro Rock em 1998, onde, a partir daí, começou a ter um grande reconhecimento pela música folclórica do Brasil, tendo maiores destaques no Nordeste e também no exterior.

O jornal The New York Times a chamou de 'diva da música negra'. O francês Le Parisien comparou sua voz à da cabo-verdiana Cesária Évora. No Brasil, críticos de música comparam-na à Clementina de Jesus.

Com repertório que inclui coco de raiz e loas de maracatu, a música de Lia, dotada de muita percussão, tem a essência de rodas de ciranda.

LIA NA RÁDIOCOM

Tive o prazer de conhecer Lia pessoalmente em uma das tardes da RádioCom, em julho do ano passado. Ela se apresentou em Pelotas, dentro da programação do SESC – Cultura por toda parte.

Confesso que, em meio a um dia corrido, com 4 entrevistas, sendo que uma delas era com o candidato à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), em período de eleições [sim! Tudo no mesmo dia!], eu estava um tanto despreparada para a presença de Lia no programa. Digo isso porque reconheço sua forte importância para a arte do nosso rico cultural País e, hoje, conhecendo um pouco mais de seu trabalho, sinto vontade de voltar no tempo e perguntá-la algumas coisas que agora tenho curiosidade. Mas isso não é problema. “Fica pra uma próxima”.

- A Lia tá vindo pra cá, - me disse o Glênio [amigo e produtor na RádioCom].
- Que Lia?
-A Lia de Itamaracá.

Ok Ok, a vida de um jornalista tem dessas coisas, no trabalho. Aquela bendita caixinha de surpresas que a gente não sabe o que virá a cada dia. E é um frenesi interessantíssimo!

Mas o fato é que ter estado com Lia, ainda que por pouco tempo, foi um grande aprendizado sobre simplicidade. Lia é uma lenda viva. E muito bem viva. Esbanja saúde física e tranqüilidade interior. Sua presença espelha arte, daquelas que carregam consigo histórias curiosas e extraordinárias.

Sua reciprocidade é excêntrica e boa, sem pré programação e previsão (estou acostumada com artistas que fazem roteiros antes de entrevistas!). Ela canta no meio da conversa, num momento em que eu, naquele vício involuntário-pragmático de apresentação, resolvo falar alguma coisa. Páro, é claro - gosto de ser surpreendida assim. A ouço cantar. Me sinto bem.

Ela diz que se “sente em paz”, diante da pergunta que Glênio (grande amigo que teve importante participação na conversa) faz sobre a composição popular de Teca Calazans, ser ou não para ela. Suas respostas são curtas, bonitas e simples. Seu olhar, ora triste, ora introspectivo, expressa uma trajetória constrangedora de desafios ultrapassados não apenas em sua própria Ilha de Itamaracá, mas na ilha de sua vida, sua música, seu verso, sua ciranda.

No áudio, participação no programa Navegando RádioCom, no dia 29/07/2010.
Na conversa: Glênio Ríssio, Ediane Oliveira, Lia e seu produtor Beto Hess.



Beto Hess, Ediane, Glênio e Lia de Itamaracá.

sábado, 5 de março de 2011

Amizade é amor.


É bom saber que o tempo passa
E junto com ele
Vem as lembranças, histórias novas
Confiança, aprendizado e muito carinho.

Feliz aniversário, Cah
Um beijo da tua preta.

:)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Esperanza Spalding


Um jazz refinado com sentimento

É injusto deixar de falar sobre o belo trabalho da cantora e contrabaixista Esperanza Spalding. Desde que tive o primeiro contato com sua música, há alguns anos atrás, me surpreendi pela competência artística, bem além do eixo “normal”, (se é que posso me atrever a chamar a música de “normal”), principalmente quando se fala em jazz.

E aí é difícil escolher, dentro do contexto qualificado da obra de Esperanza, o que é mais agradável, na facilidade da composição, do canto e do tocar em alguns instrumentos, no tudojuntoaomesmotempo. Seu talento se mistura e por isso, envolve.

Ela teve contato com a música desde cedo, aos 5 anos, quando aprendeu a tocar violino. Com seguimentos e focos no canto e no contra-baixo no decorrer de sua trajetória artística, a cantora estadunidense tem alcançado bons olhos da crítica e do público. Foi mencionada pela revista Down Beat como "a melhor baixista acústica em ascensão", venceu o Grammy deste ano e é a mais jovem professora da consagrada Berklee College Of Music, em Boston.


A MÚSICA BRASILEIRA:

Esperanza já veio algumas vezes ao Brasil, (inclusive, na primeira vez, teve o acompanhamento do pianista cubano Roberto Fonseca.) Admiradora declarada do influente Hermeto Pascoal, a musicista se sente ligada à arte do Brasil, particulamente à melodia e harmonia da mpb, o que ccontribuiu em algumas de suas composições.

Abaixo, uma versão de “Ponta de Areia”, composta por Milton Nascimento & Fernando Brant.
Acho um charme gringo cantando em português! E o arranjo ficou muito bonito.


Para conhecer um pouco de sua história na música, assista a um curto documentário da cantora, clicando aqui.

Abaixo, mais música!



terça-feira, 1 de março de 2011

Leminski

já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo

morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma

morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma.

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