domingo, 24 de junho de 2012

O Fim de uma Era: o "negócio" acabou


“A vitória da militância em cima de uma elite branca e conservadora impregnada em Pelotas”. Essa foi uma dentre algumas frases que ouvi a partir de sexta-feira. E resume em grande parte o momento que estamos vivenciando na cidade.


Tive a oportunidade de passar os últimos quatro meses em dedicação à assessoria de comunicação da Campanha do Movimento Reconstrução à reitoria da UFPel: primeiro e segundo turno corridos, apertados, mas vitoriosos. E mesmo que o discurso agora, pós conquista, esteja sendo positivo, afinal, se tivéssemos sido derrotados pela máquina, estaríamos cansados? Me fiz esse questionamento e percebi que independente do cansaço, do resultado e das  circunstâncias, ainda assim estaríamos com uma sensação de “valeu a pena”. Me sinto satisfeita por ter acompanhado de perto uma organização que se pautou a partir de questões “tabus” para a maioria do que representaram as outras 5 chapas – e especialmente à atual cabulosa administração.  

Mauro Del Pino e Carlos Mauch da Chapa 4 representaram ousadia nestas eleições porque não estiveram sozinhos. Uma força grande e renovada os acompanhou durante este tempo.  Algo urgente para quebrar um muro de resistência conservadora e imperial que se construiu há muitos anos na nossa cidade. O  processo eleitoral que a Universidade viveu foi muito desgastante, difícil, cheio de pressões, mas muito renovador. Agora, os nomes dos vencedores terão de passar pelo Conselho Universitário, formado por professores, servidores, alunos e representantes da sociedade, que encaminhará a nominata para ser homologada pelo Ministério da Educação (MEC).

Em uma cidade onde o orçamento da Universidade Federal acaba sendo maior que o da prefeitura, eu vi uma Pelotas de um lado e a Universidade do outro. Por anos. Não encontrei projetos que de fato, tivessem ligação e extensão – no real e necessário sentido da palavra. Já dizia um amigo: “A impressão que dá é que a Universidade estando em Pelotas ou na Tasmânia, não faz diferença para nós”. Não vi investimento coerente. Vi uma cambada de alunos de diferentes cantos do país (ponto positivo) caindo de gaiato neste navio que é Pelotas, mas questionando frustradoramente o motivo de terem parado em uma Universidade sem preparação e/ou preocupada administração (ponto negativo) para essa mudança de números de alunos e novos cursos (assustadora e aceleradamente crescente) na UFPel. Uma Universidade que estava morta. Estudei 2 anos apenas, através de uma Pós Graduação e pude presenciar, mesmo com alguns pontos positivos, um lado muito precário: biblioteca atrasada, estrutura vergonhosa, ausência de diálogos, invisibilidade.

Estamos estupefatos de ver nossa UFPel saindo das páginas de educação e reinando em páginas policiais. Milhões em conflitos com o Ministério Público, burlações, tapa na cara de servidores, professores e estudantes: Tapa na cara da cidade. Algo que não começa há apenas oito anos atrás. Não vou precisar falar de Inguelore, não vou aqui escrever o contexto duro da cidade. Eu quero pensar que o futuro de uma Universidade tão importante possa respirar uma liberdade inclusiva que não existiu há tanto tempo.

O Movimento Reconstrução volta à época de Amilcar Gigante, onde se foi possível transformar um negócio que, em muitas mentalidades, infelizmente deve seguir em tradição fechada e “de cima para baixo”. Vitória da democracia, vitória dos movimentos sociais, vitória especialmente dos estudantes, os quais foram protagonistas deste processo. Sem eles, hoje não estaríamos pensando que os próximos anos podem ser diferentes. Foram eles quem decidiram as eleições. 

E pensando em números, não sei se me espanto na massividade de votos que a situação novamente teve ou se penso que isso é completamente normal em uma Universidade que possui ‘moedas de trocas'. Não sei se me espanto com as “oposições” de primeiro turno que claramente fugiram do posicionamento para o segundo turno, ocupando uma ideia de 'neutralidade'. Não sei se devo me espantar.
Mas sei que a participação dos estudantes foi fundamental. Tanto na construção da Reconstrução, como especialmente no resultado que hoje, finalmente, comemoramos.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nas sextas: Revista Seja


Toda a sexta-feira estarei postando na revista online literária: Seja. 



Ela  foi lançada em Abril de 2010 com o objetivo de divulgar e promover a arte e a cultura através da participação de colaboradores na sua construção. Utilizando a plataforma Blogspot, a Revista desde o seu início contou com entrevistas, crônicas, opiniões, vídeos e muita poesia. A última postagem da primeira fase foi em Outubro de 2011.

Depois de sete meses na geladeira virtual, o blog  volta com outra cara:  o foco está  totalmente voltado para a poesia. E mais:  com edições e construções de cinco editores. Cada um tendo a responsabilidade de postar uma poesia em determinado dia da semana.

A postagem inicial terá um poema do autor, mas nas outras seguintes do mês, o autor divulgará poesias de outros autores, fazendo assim um grande intercâmbio e troca com o fortalecimento da divulgação de trabalhos espalhados pelo país.

A Revista Seja é formada por 5 autores de Pelotas e região. Um grupo que se dedica a eventos musicais-poéticose na divulgação de trabalhos no gênero literatura.

Portanto, nos encontramos nas sextas-feiras AQUI, em minhas palavras e em versos alheios...

domingo, 17 de junho de 2012

tudo nosso, e avistamos a fumaça que se eleva de casas nossas.

> Pontal da Barra em chamas. Veja mais AQUI.


Se aquela mosca morta prestasse e tivesse juizo,
 estaria aqui aproveitando essa catervagem de belezas. 

Apesar de ser um indivíduo medianamente impressionável, convenci-me de que este mundo não é mau. Oito metros acima do solo, experimentamos a vaga sensação de ter crescido oito metros. E quando, assim agigantados, vemos rebanhos numerosos a nossos pés, plantações estirando-se por terras largas, tudo nosso, e avistamos a fumaça que se eleva de casas nossas, onde vive gente que nos teme, respeita e talvez nos ame, porque depende de nós, uma grande serenidade nos envolve. Sentimo-nos bons. Sentimo-nos fortes. E se há ali perto inimigos morrendo, sejam embora inimigos de pouca monta que um moleque devasta a cacete, a convicção que temos da nossa fortaleza, torna-se estável e aumenta. 

Diante disto, uma boneca traçando linhas invisíveis num papel apenas visível, merece pequena consideração. Desci, pois, em paz com Deus e com os homens.



narração/texto extraídos do filme "São Bernado" de Leon Hirszman, pela voz de Othon Bastos. Baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos.

Imagens: Incêndio no Pontal da Barra, em Pelotas, na semana passada.
Video: Caio Mazzilli.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Poesia no Bar vai a Jaguarão



A 11ª edição do Especial Poesia No Bar acontece amanhã (15), às 22h, no Clube 24 de Agosto, em Jaguarão/RS. O evento irá integrar a programação oficial da SEDA (Semana do Audiovisual), organizada pelo Sotaque Coletivo, de Pelotas. O Encontro Literário dentro da SEDA contará com participações de autores de Pelotas, Jaguarão e região.

Nesta edição, o Poesia no Bar contará com um Sarau Literário, exibição de vinhetas poéticas que concorreram na categoria Vinheta Universitária no 3º Festival Manuel Padeiro de Cinema e Animação e também a exibição do teaser oficial do Especial Poesia no Bar.

O Poesia no Bar é um projeto que começou em Pelotas, envolvendo autores da cidade que freqüentemente organizavam eventos literários com distribuições de poesias de autores locais. Com esta extensão a cidades vizinhas, o Poesia no Bar aumenta a sua proposta de intercâmbio artístico com a base que o sustenta: a literatura.

Autores de Pelotas confirmados:
-Ediane Oliveira
-Valder Valeirão
- Alvaro Barcellos
- Daniel Moreira
- Jorge Braga


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Para encerrar.

Tenha um ótimo final de tarde e uma boa noite.
Nos encontramos amanhã. No mesmo horário. E na mesma estação.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Uma utopia que se tornou real: Parabéns RádioCom


Mais um ano vivendo diariamente a aniversariante do dia. RádioCom hoje completa seu décimo primeiro aniversário. São mais de dez anos ao lado dos movimentos sociais, lutando pela democratização dos meios de comunicação.

Hoje a namoro ainda mais. Não sei até quando esse romance irá durar. Talvez ultrapasse a linha do tempo e do "ser" e "estar". E isso é uma das coisas legais da RádioCom: ela não sai da gente e nem saimos dela, mesmo que estejamos em qualquer parte do mundo. Mesmo que nossa voz não esteja presente.

A RádioCom me trouxe vozes, amigos, paixões, canções, desafios, saudades, angústias, conhecimentos e inquietações. Me mostrou minha cidade mais real. Me trouxe minhas raizes, me deu um pouquinho de outros estados. Me deu um pouco mais do mundo. E acima de tudo, acendeu em mim, ainda mais, aquela chama que não deve se perder para continuar acreditando em uma comunicação mais social. Para que as coisas possam ainda fazer sentido neste meio tão delicado e diverso.

Que longa vida tenha a Rádiocom! E que essa vida possa sempre estar firmada no direito à comunicação e à cultura, construindo uma sociedade mais justa, reflexiva e solidária.

RádioCom 104.5 FM: música de qualidade e informação crítica como prioridade nas ondas do seu rádio. Sintonize e subverta!

sábado, 9 de junho de 2012

Lembro.


Well, if you're travelin' in the north country fair,
Where the winds hit heavy on the borderline,
Remember me to one who lives there...

I'm a-wonderin' if she remembers me at all.
Many times I've often prayed
In the darkness of my night,
In the brightness of my day.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

domingo, 3 de junho de 2012

Porque Itamar Assumpção não é pouca coisa.


Salve essa ousadia, salve o suingue, a malandragem cativante,
a poesia, a marginalidade, as cores, a visceralidade...
salve essa sua coisa tão retrô-saudosa-moderna-eterna...
Salve Itamar! Salve os negos ditos desse país!