“A vitória da militância em cima de uma elite branca e conservadora impregnada em Pelotas”. Essa foi uma dentre algumas frases que ouvi a partir de sexta-feira. E resume em grande parte o momento que estamos vivenciando na cidade.
Tive a oportunidade de passar os últimos quatro meses em dedicação à assessoria de comunicação da Campanha do Movimento Reconstrução à reitoria da UFPel: primeiro e segundo turno corridos, apertados, mas vitoriosos. E mesmo que o discurso agora, pós conquista, esteja sendo positivo, afinal, se tivéssemos sido derrotados pela máquina, estaríamos cansados? Me fiz esse questionamento e percebi que independente do cansaço, do resultado e das circunstâncias, ainda assim estaríamos com uma sensação de “valeu a pena”. Me sinto satisfeita por ter acompanhado de perto uma organização que se pautou a partir de questões “tabus” para a maioria do que representaram as outras 5 chapas – e especialmente à atual cabulosa administração.
Mauro Del Pino e Carlos Mauch da Chapa 4 representaram ousadia nestas eleições porque não estiveram sozinhos. Uma força grande e renovada os acompanhou durante este tempo. Algo urgente para quebrar um muro de resistência conservadora e imperial que se construiu há muitos anos na nossa cidade. O processo eleitoral que a Universidade viveu foi muito desgastante, difícil, cheio de pressões, mas muito renovador. Agora, os nomes dos vencedores terão de passar pelo Conselho Universitário, formado por professores, servidores, alunos e representantes da sociedade, que encaminhará a nominata para ser homologada pelo Ministério da Educação (MEC).
Em uma cidade onde o orçamento da Universidade Federal acaba sendo maior que o da prefeitura, eu vi uma Pelotas de um lado e a Universidade do outro. Por anos. Não encontrei projetos que de fato, tivessem ligação e extensão – no real e necessário sentido da palavra. Já dizia um amigo: “A impressão que dá é que a Universidade estando em Pelotas ou na Tasmânia, não faz diferença para nós”. Não vi investimento coerente. Vi uma cambada de alunos de diferentes cantos do país (ponto positivo) caindo de gaiato neste navio que é Pelotas, mas questionando frustradoramente o motivo de terem parado em uma Universidade sem preparação e/ou preocupada administração (ponto negativo) para essa mudança de números de alunos e novos cursos (assustadora e aceleradamente crescente) na UFPel. Uma Universidade que estava morta. Estudei 2 anos apenas, através de uma Pós Graduação e pude presenciar, mesmo com alguns pontos positivos, um lado muito precário: biblioteca atrasada, estrutura vergonhosa, ausência de diálogos, invisibilidade.
Em uma cidade onde o orçamento da Universidade Federal acaba sendo maior que o da prefeitura, eu vi uma Pelotas de um lado e a Universidade do outro. Por anos. Não encontrei projetos que de fato, tivessem ligação e extensão – no real e necessário sentido da palavra. Já dizia um amigo: “A impressão que dá é que a Universidade estando em Pelotas ou na Tasmânia, não faz diferença para nós”. Não vi investimento coerente. Vi uma cambada de alunos de diferentes cantos do país (ponto positivo) caindo de gaiato neste navio que é Pelotas, mas questionando frustradoramente o motivo de terem parado em uma Universidade sem preparação e/ou preocupada administração (ponto negativo) para essa mudança de números de alunos e novos cursos (assustadora e aceleradamente crescente) na UFPel. Uma Universidade que estava morta. Estudei 2 anos apenas, através de uma Pós Graduação e pude presenciar, mesmo com alguns pontos positivos, um lado muito precário: biblioteca atrasada, estrutura vergonhosa, ausência de diálogos, invisibilidade.
Estamos estupefatos de ver nossa UFPel saindo das páginas de educação e reinando em páginas policiais. Milhões em conflitos com o Ministério Público, burlações, tapa na cara de servidores, professores e estudantes: Tapa na cara da cidade. Algo que não começa há apenas oito anos atrás. Não vou precisar falar de Inguelore, não vou aqui escrever o contexto duro da cidade. Eu quero pensar que o futuro de uma Universidade tão importante possa respirar uma liberdade inclusiva que não existiu há tanto tempo.
O Movimento Reconstrução volta à época de Amilcar Gigante, onde se foi possível transformar um negócio que, em muitas mentalidades, infelizmente deve seguir em tradição fechada e “de cima para baixo”. Vitória da democracia, vitória dos movimentos sociais, vitória especialmente dos estudantes, os quais foram protagonistas deste processo. Sem eles, hoje não estaríamos pensando que os próximos anos podem ser diferentes. Foram eles quem decidiram as eleições.
E pensando em números, não sei se me espanto na massividade de votos que a situação novamente teve ou se penso que isso é completamente normal em uma Universidade que possui ‘moedas de trocas'. Não sei se me espanto com as “oposições” de primeiro turno que claramente fugiram do posicionamento para o segundo turno, ocupando uma ideia de 'neutralidade'. Não sei se devo me espantar.
Mas sei que a participação dos estudantes foi fundamental. Tanto na construção da Reconstrução, como especialmente no resultado que hoje, finalmente, comemoramos.
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