Lama
Também o lado de dentro. As vísceras e também o sangue.
De novo, o sangue. Nossa linguagem interna.
Assim como essa carne que sangra e como os olhos que se fecham
mas permanecem tão abertos, tão estáticos , como pedra
Lá está a luz do sol como busca de consolo e aquecimento
Pra esse corpo frio, gelado e amortecido
Esse mesmo sol,naqueles tempos, deveria assistir tanta dor
Que ainda, voraz e vagarosamente, refletem nesse nosso estranho presente
E as chamas que busquei
Se misturam com cada grão de areia
E são pisadas, freneticamente, por passos nus.
O vazio deixado por aqueles que abandonaram a história
Por causa da morte
Está em seus nomes, rostos, corpos e no sangue
Ah, seus pesados líquidos de sangue coalhado!
E as chibatadas e também os gritos
Clamam...
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