sexta-feira, 30 de julho de 2010

Entrevista com Plínio de Arruda Sampaio (ÁUDIO)


2010 é ano de eleições e a RádioCom mais uma vez abre espaço para a democrática circulação do debate e à crítica reflexão da informação. A partir deste contexto, dá voz em parte de sua programação tanto aos candidatos à Presidência da República como representantes ao Governo Estadual. Dentro de uma perspectiva com perguntas fechadas a cada candidato presente, abre-se por último um momento livre para o entrevistado explanar suas considerações finais.


Após contato com todos os partidos, o primeiro candidato a confirmar presença e comparecer na rádiocom foi o representante do PSOL: Plínio de Arruda Sampaio. Fundador do PT e defensor de uma reforma agrária, Plínio foi um dos 100 primeiros políticos a serem caçados pelos militares e viveu 12 anos no exílio. Afastado no ano de 2005 do Partido dos Trabalhadores, filiou-se ao PSOL e hoje já chega aos 60 anos de vida política com 80 anos de idade recém completos.

Com agenda na região Sul do País, Plínio esteve em Pelotas na ultima quinta-feira (29) para divulgação de sua campanha à Presidência. Acompanhado de seu assessor Alexandre Dorneles e alguns representantes de seu partido, o candidato respondeu aos questionamentos da produção sobre suas propostas.


Sua fala baseou-se em sua concentração de candidatura, afirmando a busca por construções sociais qualitativas no plano de governo. Para Plínio, é necessário mudar a ordem estabelecida, pois reflete “uma desordem e se funda na desigualdade”. Com seu projeto de atuação focado na distribuição de renda e na reforma agrária, - a qual, segundo ele, “nunca foi feita em nenhum governo”, - a mudança com sua representação se pautará também pela redução da jornada de trabalho, fazendo com que essa diminuição empregue um número maior de trabalhadores, não alterando o salário. Para a educação, o dinheiro público se firmará no auxílio a escolas públicas e para a saúde, sua dinâmica é a “socialização”, de forma que não se buscará lucro dentro dessa área, segundo o candidato.

Quando perguntado sobre a atual realidade da mídia brasileira frente aos movimentos sociais, Plínio foi enfático: “é a guarda pretoriana da burguesia”, desabafou. Em suas propostas, faz-se necessário um auxílio a mídias alternativas, fazendo com que a democratização da comunicação seja algo presente na atual conjuntura desigual da mídia monopolista. “Apoiar rádios comunitárias que sejam a serviço da comunidade, de várias comunidades. Isso é o que precisa”, exemplificou.


Além de comentar sobre sua passagem em Pelotas e sua admiração pelo Rio Grande do Sul, ele falou dos blocos econômicos na América Latina, dividindo o Brasil para a direita: “Infelizmente o Brasil faz parte”. Paralelo a isso, destacou a resistência à ordem neoliberal em países como Venezuela, Equador e Bolívia, os considerando como “arautos de um novo tempo”. Para Plínio “são paises que o PSOL tem o maior interesse em se aliar.”

Confira na íntegra o áudio da entrevista que aconteceu na tarde de quinta-feira no programa Navegando RádioCom.



Seguindo a agenda dos candidatos à Presidência da República, o próximo encontro na RádioCom é na semana que vem com Dilma Rousseff, representante do PT.

Um comentário:

Aleksander Aguilar disse...

Ouvi a entrevista ao vivo. Apenas ouvindo-o ninguém diz que o velhinho ta com 80 anos!