De acordo com a professora Beatriz Loner, há pouco mais de 15 dias, a cidade de Pelotas, que até agora tinha se caracterizado por buscar a preservação de sua história e sua cultura, foi palco de uma situação completamente absurda e injustificável: a direção de sua biblioteca pública, que é gerida por uma associação privada, simplesmente enviou para reciclagem, uma parte importante da história da cidade e da região!
Livros, jornais, diários e mais monografias e documentos impressos (não se sabe exatamente o total do que foi descartado, nem quem definiu o que seria jogado fora), mas o suficiente para encher mais de um caminhão pequeno, foi enviado para recicladores. E só não foi parar no lixo mesmo porque, num episódio rocambolesco e pouco explicado, foi “salvo” por um dono de sebo, que imediatamente o comprou e o pôs a venda como uma mercadoria qualquer. Alguns desses exemplares ainda se encontram em sebos da cidade e podem ser conferidos até pelo twitter de alguns pelotenses. Seguramente, este dono de sebo deve ter ampliado seu patrimônio em muito, devido apenas ao que, pelo alto, se soube que foi descartado.
Entre eles, por exemplo, uma das únicas, senão a única coleção do jornal A Federação do ano de 1904. Vários outros anos inteiros deste jornal também foram literalmente jogados fora, sob a justificativa de “estarem duplicados”.
Mas a catástrofe cultural vai muito além, pois todos os jornais encadernados, que eram duplos, e que se encontravam no porão da biblioteca, como os jornais Correio Mercantil, Opinião Pública, Diário Popular, também tiveram o mesmo fim. Estes são alguns dos jornais pelotenses mais importantes do XIX e XX séculos, e ficamos agora reduzidos apenas a sua coleção em uso, e cuja digitalização tem sido protelada por interferência direta da própria diretoria. E o que se fará quando estes jornais, pelo uso, se desmancharem?
O raciocínio simplista e redutor de que “eram duplos” e poderiam ser descartados, não convence ninguém, pois todos podem se perguntar por que não foram trocados com instituições congêneres, ou doados para uma outra instituição do estado, como reza seu estatuto de 1991, que em seu artigo segundo, item b, diz que a biblioteca “poderá permutar livros e objetos com outras instituições que estejam de acordo com as suas finalidades”.Quanto a alguns estarem em mau estado, ora, para quem conhece, sabe que há várias técnicas de recuperação de documentos que poderiam ser tentadas, com um pouco de esforço na busca de financiamento.
Esta lamentavel e vergonhosa informação, além de denunciar o fato, pretende provocar alguma reação, por parte não só da comunidade técnica e acadêmica interessada na preservação da história do país, mas dos próprios pelotenses, que até agora estão assistindo esta situação estupefatos, mas em silêncio. Um silêncio que pode passar por aprovação e gerar a reincidência deste tipo de atitude.
Livros, jornais, diários e mais monografias e documentos impressos (não se sabe exatamente o total do que foi descartado, nem quem definiu o que seria jogado fora), mas o suficiente para encher mais de um caminhão pequeno, foi enviado para recicladores. E só não foi parar no lixo mesmo porque, num episódio rocambolesco e pouco explicado, foi “salvo” por um dono de sebo, que imediatamente o comprou e o pôs a venda como uma mercadoria qualquer. Alguns desses exemplares ainda se encontram em sebos da cidade e podem ser conferidos até pelo twitter de alguns pelotenses. Seguramente, este dono de sebo deve ter ampliado seu patrimônio em muito, devido apenas ao que, pelo alto, se soube que foi descartado.
Entre eles, por exemplo, uma das únicas, senão a única coleção do jornal A Federação do ano de 1904. Vários outros anos inteiros deste jornal também foram literalmente jogados fora, sob a justificativa de “estarem duplicados”.
Mas a catástrofe cultural vai muito além, pois todos os jornais encadernados, que eram duplos, e que se encontravam no porão da biblioteca, como os jornais Correio Mercantil, Opinião Pública, Diário Popular, também tiveram o mesmo fim. Estes são alguns dos jornais pelotenses mais importantes do XIX e XX séculos, e ficamos agora reduzidos apenas a sua coleção em uso, e cuja digitalização tem sido protelada por interferência direta da própria diretoria. E o que se fará quando estes jornais, pelo uso, se desmancharem?
O raciocínio simplista e redutor de que “eram duplos” e poderiam ser descartados, não convence ninguém, pois todos podem se perguntar por que não foram trocados com instituições congêneres, ou doados para uma outra instituição do estado, como reza seu estatuto de 1991, que em seu artigo segundo, item b, diz que a biblioteca “poderá permutar livros e objetos com outras instituições que estejam de acordo com as suas finalidades”.Quanto a alguns estarem em mau estado, ora, para quem conhece, sabe que há várias técnicas de recuperação de documentos que poderiam ser tentadas, com um pouco de esforço na busca de financiamento.
Esta lamentavel e vergonhosa informação, além de denunciar o fato, pretende provocar alguma reação, por parte não só da comunidade técnica e acadêmica interessada na preservação da história do país, mas dos próprios pelotenses, que até agora estão assistindo esta situação estupefatos, mas em silêncio. Um silêncio que pode passar por aprovação e gerar a reincidência deste tipo de atitude.
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