terça-feira, 19 de julho de 2011

Chico em 2011

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Confesso que estava um pouco temerosa com todo o auê da expectativa massiva que a mídia colocou em cima do último disco - recém saidinho do forno - de Chico Buarque. Ainda que Chico seja um dos meus compositores mais fascinantes. E ainda que, - pudera, após 5 anos sem gravação - o desejo de ver produções novas se torne um pouco mais presente.

Mas essa aceleração esvoaçante, fragmentada ou misturada me causou um pouco de inquietação e cansaço. Resolvi escutar detalhadamente o disco que ainda nem saiu nas lojas, mas que já rendeu mais de 7.000 pré-vendas em poucos dias!

Não vou dizer que me surpreendi com as letras, pois Chico sempre dispensou comentários como um respeitado escritor. Continua com delicadeza, malandragem, inovação e identidade. Mas algo me chamou a atenção: a diversidade musical do disco. A combinação da sempre presente bossa juntamente com o samba teve a visitação do blues, do baião e da toada. Intitulado apenas “Chico”, o álbum de 2011 conta também com parcerias de Ivan Lins, João Bosco, Thais Gulin e Wilson das Neves.

Minha homenagem hoje é a esse grande poeta: Chico.
Longa vida à música brasileira!



Feito avarento, conto meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas
Ao vento, ai
Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique a vontade, eu digo
Take your time
Sinto que ainda vou penar com essa pequena
Mas o blues já valeu a pena...

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