Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Nem nessas coisas do oriente
Romances astrais
A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais...
Nem nessas coisas do oriente
Romances astrais
A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais...
Bem no coração da cidade, entre as diferentes faces que se misturam. No berço da corridão e da solidão humana. Do mendigo deitado ao empresário atravessando a rua de maleta nas mãos; dos pés embarrados do subúrbio à onomatopéia saindo do salto daquela lady que passou por mim tão estupidamente. Bem ali no meio, de frente à praça, próximo ao barulho incandescente do caos que é esse trânsito - [o 'movimento do tráfego', como ele já escrevia]. Por entre vidros, doces, frio de julho e ruídos.
Sentado à mesa com chá e pensamentos, o poeta de Coraçao Selvagem estava aqui, na “Pelotas ao contrário” como ele quis chamar. Com um Vício Elegante de quem observava o olhar de quem nunca o tinha encontrado, ele parava os olhos em outros pares de olhos. E aquela observação me foi tão clara e pungente quando sentei-me à mesa ao lado seu e de dona Edna – sua companheira.
O que inicialmente seria um mais Tudo outra vez de trabalho, sem nem saber, naturalmente teve seu começo selado em horas de poesia corrente. Barulhos e conforto.
- Como é a poesia aqui? Ele perguntou.
Com minha Lira dos 20 anos respondi que está sendo retomada. Depois de tanto tempo.
Ele perguntou de novos e velhos. Parecia fazer em tantas vezes um Pequeno mapa do tempo. Questionou o fechamento do nosso Sete. Elogiou nossa praça. E disse que a cidade traz um aspecto diferente de muitos outros lugares do País.
- O movimento literário russo deveria ser como espelho a todos nós. Eles foram revolucionários. [Soltou tão convicto].
E olhou mais uma vez pelo vidro com os olhos fitados na praça. E o mendigo ainda estava lá, deitado. Os pés passavam, aceleradamente. Era a cidade acontecendo. Viamos tudo pelo vidro.
- Essa praça mistura de tudo um pouco. Talvez seja uma de nossas maiores convergências. Talvez um espelho. [Pensei alto].
Ele voltou os olhos à mesa. E permaneceu tomando o chá de canela com maçã declarando, rapidamente, após um dos últimos goles, que quer voltar.
Sua companheira, Edna tem olhos de quem lê versos ao amanhecer e tem espontaneidade na voz. Ele, por sua vez, é quieto e sua calma fala, grita e geme uma espécie de brandura com subjetividade misturada. Pedimos um doce. Continuamos.
Tudo estava no mesmo lugar. Pelo vidro que observava a cidade, vimos a essência do cotidiano daqui. O caos misturado com a água. Nós feito aqueles galhos de árvores do outro lado. As placas. Os megafones megalomaníacos. Revistas sendo folhadas ao vento. A venda na rua. A venda por dentro. O papelão e o corpo. A cidade se consumindo. A calçada e a nuvem.
É a Alucinação real de que Num País Feliz vivemos e estamos. E temos poetas que como ele, estão a Passeio com suas Peças e Sinais expressando um Até mais ver de Corpos terrestres.
Sentado à mesa com chá e pensamentos, o poeta de Coraçao Selvagem estava aqui, na “Pelotas ao contrário” como ele quis chamar. Com um Vício Elegante de quem observava o olhar de quem nunca o tinha encontrado, ele parava os olhos em outros pares de olhos. E aquela observação me foi tão clara e pungente quando sentei-me à mesa ao lado seu e de dona Edna – sua companheira.
O que inicialmente seria um mais Tudo outra vez de trabalho, sem nem saber, naturalmente teve seu começo selado em horas de poesia corrente. Barulhos e conforto.
- Como é a poesia aqui? Ele perguntou.
Com minha Lira dos 20 anos respondi que está sendo retomada. Depois de tanto tempo.
Ele perguntou de novos e velhos. Parecia fazer em tantas vezes um Pequeno mapa do tempo. Questionou o fechamento do nosso Sete. Elogiou nossa praça. E disse que a cidade traz um aspecto diferente de muitos outros lugares do País.
- O movimento literário russo deveria ser como espelho a todos nós. Eles foram revolucionários. [Soltou tão convicto].
E olhou mais uma vez pelo vidro com os olhos fitados na praça. E o mendigo ainda estava lá, deitado. Os pés passavam, aceleradamente. Era a cidade acontecendo. Viamos tudo pelo vidro.
- Essa praça mistura de tudo um pouco. Talvez seja uma de nossas maiores convergências. Talvez um espelho. [Pensei alto].
Ele voltou os olhos à mesa. E permaneceu tomando o chá de canela com maçã declarando, rapidamente, após um dos últimos goles, que quer voltar.
Sua companheira, Edna tem olhos de quem lê versos ao amanhecer e tem espontaneidade na voz. Ele, por sua vez, é quieto e sua calma fala, grita e geme uma espécie de brandura com subjetividade misturada. Pedimos um doce. Continuamos.
Tudo estava no mesmo lugar. Pelo vidro que observava a cidade, vimos a essência do cotidiano daqui. O caos misturado com a água. Nós feito aqueles galhos de árvores do outro lado. As placas. Os megafones megalomaníacos. Revistas sendo folhadas ao vento. A venda na rua. A venda por dentro. O papelão e o corpo. A cidade se consumindo. A calçada e a nuvem.
É a Alucinação real de que Num País Feliz vivemos e estamos. E temos poetas que como ele, estão a Passeio com suas Peças e Sinais expressando um Até mais ver de Corpos terrestres.
4 comentários:
Muito bom ! :)
Belchior que sonhando acordado dizia: "Se vc vier me perguntar por onde andei , no tempo em que vc sonhava , de olhos abertos lhe direi : Amigos eu me desesperava..."
Legal Di, belo encontro que se transformou em poesia no teu texto bjão
Caio (:
vc tá cada vez mais bonita e eu sei que é tb por causa da poesia!
ótimo texto! :D
beijos mil
tu tá com um brilho lindo, Di!
Viva o "apenas mais rapaz latino americano"!
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