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Não quero mais falar disso
eu só queria mesmo
que o tempo fosse um tempo de nós
e que todos juntos
e que todos sempre
pudéssemos ser
todos feito um nó.
[Tempo – Janete Flores e Ana Mascarenhas]
Não quero mais falar disso
eu só queria mesmo
que o tempo fosse um tempo de nós
e que todos juntos
e que todos sempre
pudéssemos ser
todos feito um nó.
[Tempo – Janete Flores e Ana Mascarenhas]
Já foram feitas algumas gravações do novo álbum da compositora Janete Flores, projetado como “Pra ti”, o qual eu tive a satisfação de fazer parte na parceria com a letra “A Sede”, canção que virou uma milonga e que em breve, chegará nesse espaço.
Hoje quero registrar meu carinho a esse projeto que circula entre música e poesia – o que de fato não deve caminhar separadamente, mas que é importante perceber a delicadeza visceral que foi tratada.
Hoje quero registrar meu carinho a esse projeto que circula entre música e poesia – o que de fato não deve caminhar separadamente, mas que é importante perceber a delicadeza visceral que foi tratada.
Eu só queria respirar
Mas vivo de explicar e de dar sentido as coisas,
aos caminhos e aos mundos que me habitam e giram em mim
e levantam muros, palácios,
vielas, becos escuros e jardins cinzentos
e um algo mais purificado e contente
como o rio que ontem descrevi naquela carta que me enviei.
Vivo de procurar o melhor ponto ao lado de cada pronome.
Vivo de querer entender tudo tão profundamente.
Basta!
Eu quero aquele segundo oco.
Quero um nada que de tudo descarte explicação.
Respirar, só respirar...
Quero um segundo
Um sem tudo
Um sem ter que pesar o mundo
Um sem tanta racionalização
Um menos matemático e mais febril
Um desejar-se apenas existir e fim.
Um apenas...
Um ar que me rasgue a razão
Uma flor
Uma estrela
Uma ilusão
Ah... como meu coração se desalinha tanto.
Como retornar desse mundo tão falido?
Como resgatar meu sonho?
Como ter a calma que é preciso para saber caminhar no desconhecido?
Como calar onde tudo grita?
Onde não há aquele segundo nem por um segundo.
Como inventar além de um relógio de pulso
que pulse no meu pulso, no meu compasso
e redescubra o caminho esculpido no meu sangue?
Como inventar a alegria sem espanto?
Texto: Janete Flores [nas vozes de Cleber Sadol e Nadna Nadija]
Música: Tempo - [parceria de Janete com Ana Mascarenhas].
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