sábado, 30 de abril de 2011

Deixe-me ir, preciso andar.


Estar sozinha num quarto de hotel, aguardando bons debates para o dia seguinte,
me faz, mais uma vez, ter uma das melhores companhias, daquelas que eu não abro mão: a música.

Dentre algumas canções dessa noite que demora a passar, me delicio com a composição de Candeia e com a voz - encantadoramente impactante de Marisa Monte.

Boa noite, boa manhã... já são 05h19.

E eu ainda estou com os olhos tão abertos...



Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar.

Quero assistir ao sol nascer...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Conferência Estadual de Cultura


Vou amanhã (29) para Santa Maria/RS, onde fico até sábado para participar da Conferência Cultura Para o Rio Grande Crescer, evento que buscará a participação de representantes da cultura de diversos cantos do estado para encaminhamentos (e são muitos) relacionados às políticas culturais no Rio Grande do Sul.

No último sábado (23), Pelotas sediou o “Diálogos Culturais” na Câmara dos Vereadores, onde expressou-se como um pré-encontro da Conferência Estadual, sendo já mapeadas algumas questões urgenciais para a discussão em Santa Maria, a partir de amanhã.

A Conferência Estadual terá a participação do Secretário Estadual de Cultura, Luiz Antônio de Assis Brasil, e, através das diferentes mesas de debates, o encontro buscará avançar na formulação do Sistema e do Plano Estadual de Cultura, nas áreas de artes cênicas, artes visuais, audiovisual, cidadania cultural, culturas populares, economia da cultura, livro leitura e literatura, Memória e Patrimônio e música.

O último governo deixou nosso estado à beira do abismo em diversos setores. A cultura acabou sofrendo com perdas e retrocessos nas tantas demandas que sempre possuiu. Cortes excessivos e falta de apoio. Um desastre.

Espero – esperançosamente, com a ambigüidade que o termo possui, que eu possa voltar com alguns protótipos de avanço para a realidade cultural, principalmente no que diz respeito ao incentivo da interlocução direta do Estado com a sociedade civil e as organizações alternativas e comunitárias, buscando a construção de colegiados setoriais para as diferentes áreas da cultura.

Confira a programação clicando na imagem abaixo:

Pelotas - 200 anos de quê?


Os trabalhadores e trabalhadoras
estão adoecendo...

Com realização do SIMP – Pelotas, participações de algumas organizações sociais + DJ Helô, Pedro Munhoz e Sirley Amaro.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Sarau


Expresso, pela primeira vez num formato “de frente para pessoas- ou ao vivo ” algo muito íntimo e precioso para mim: o que escrevo.

Será na próxima terça (26), na décima edição do Sarau Poético. Sempre achei o projeto com muito carinho à expressão da arte por envolver música, declamações literárias e o teatro. Participei como ouvinte apenas uma vez e voltei contente com o ambiente que se forma na Biblioteca Pública Pelotense todo o mês.

A cada edição, pessoas novas e ideias bacanas. Gente compartindo, expressando, trocando. A roda. O violão. Os violões. As flautas , a percussão, as batidas, as palmas, as vozes e o que vier. Aquela coisa intimista, que agrega.

E para a minha surpresa, fui convidada para essa edição que antecede um ano de existência do sarau.

Confesso que não é tão simples [não será – imagino eu] ler, com o peso que essa palavra traz, diante de desconhecidos e conhecidos, escritas minhas que eu nunca li nem para mim mesma. Não sei o que vou levar – certamente algo que está guardado aqui -, não sei como será, mas sei que o simples fato de levar a visão, os sentimentos e tudo o que se passa aqui dentro como forma de necessidade de escrever, me faz sentir-me um pouco mais humana.

O sarau seguirá o modelo adotado desde o início: desenvolvido em blocos e de forma intercalada, reservando espaço para a poesia dos autores convidados e para a música, tendo, na abertura, o destaque para algum nome da literatura. O autor destacado na edição deste mês é o poeta-contista-ativista cultural argentino Esteban Echeverria (1805-1851).


Sinta-se livre para comparecer. :)

domingo, 24 de abril de 2011

Por trás


Se soubesses a profundidade que também me causa
Aquela canção que te é simples e penetrante.

Parece que tudo mudou de lugar
Eu páro, ao passo do frenetismo,
como se aquilo fosse meu oceano.

Meu, porque me também é.
Como és generoso por admirares tudo aquilo.

Decoro tuas prosas, teus versos
E ouso cantar pausadamente
no meu silêncio, a mim mesma
como se fosse,
de verdade,
pro meu eu
te tendo como meu afetuoso
e minha tempestade errante.

O medo, o descaso, tua intrepidez
enlouquecedora.
Não sei quem és.

O gentil, meu desesperançoso, ausente, inquieto,
incrédulo, indiferente, mistério
que até sem saberes sabes
que o trovão penetrou em mim como aquela canção;
como as palavras que leio quando deito

espalhadas e presas na retina
e em minhas vísceras

e também no peito, no peito.
Meu peito. Um pouco teu.
Um pouco tudo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Claudia


És mais do que uma amiga.
Ousaria dizer que fizeste o papel de suprir a carência que por muito tempo
senti em minha infância, naquele desejo involuntário de ter uma irmã.

Me vistes crescer, literalmente, me ensinaste tanto.
E hoje aprendemos juntas, uma com a outra,
a arte que é viver.

Feliz Aniversário.
Di.

Head-On

Assisti hoje esse filme que já há alguns bons anos foi lançado. E recomendo pela maneira como é mostrada essa confusão de sentimentos que envolvem a humanidade.
Nem sempre o mal está distante do amor. Isso parece tão forte. E é pra ser.

Mas a verdade é que quando há intensidade, se perde um pouco da razão de tudo ou de qualquer.

Nós nem sempre saberemos todas as respostas.
E talvez o "não saber" nos incita a buscarmos sempre mais.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Blues, encontre-me hoje.

Eu peço, encontre-me hoje, blues.

Sentimentário

“O dicionário só mostra o significado da palavra. E mais nada.
(...) Meu dicionário vai ser de sentimentos. Cheio de cores. De cheiros e sabores.”

De uma delicadeza grande. E com uma bonita simplicidade. É dessa maneira que me permito enxergar a produção do curta-metragem “Sentimentário”, realizada pelos amigos Caio Mazzilli e Carolina Araujo, companheiros de RádioCom e alunos de Cinema e Audiovisual da UFPel.

Produzido “sem muitas ou tantas pretensões” em um exercício de sala de aula, Sentimentário conseguiu uma proporção interessante diante da quantidade de produções audiovisuais que têm crescido no País nos últimos anos. Está concorrendo pelo Concurso do Festival Tela Digital 2011 da TV Brasil tendo já sido selecionado para exibição no canal no mês de maio. E como prova do capricho da produção, a animação recentemente foi selecionada para mais dois festivais de cinema.

Baseado no conto “Letras, palavras e sentimentos” de Marina Miyazaki, Sentimentário é uma literatura infantil para adulto ver. Com texto bem escrito, desenhos com total sintonia com a proposta, trilha original e narração que encanta. E aí eu preciso destacar: o narrador, irmãozinho da Carol [idealizadora e também produtora do vídeo] traz um tom muito natural, profundo e enriquecedor para a produção.

Para conferir o curta, CLIQUE AQUI.

Aproveito e recomendo àqueles que gostarem, sintam-se livres para votar, pois o concurso ainda não acabou.

"O cheiro é um botão que liga um filminho na nossa cabeça..."

Produção: Caio Mazzilli e Carolina Araujo
Música: Ana Pessoa e Olavo Dáda
Voz: Theo Araujo

terça-feira, 19 de abril de 2011

Democratizar a cultura não é nosso interesse, diz vice-presidente da MPAA


Greg Frazier
, vice-presidente executivo da Associação Cinematográfica dos EUA (MPAA, na sigla em inglês), visitou São Paulo e Brasília na última semana para pressionar autoridades locais por maior atenção no combate à pirataria.

Um assunto que, sem dúvida, nos leva para uma pilha de prós e contras, inquietações e controvérsias. Mas não há de se ter apenas a intenção de colocar na balança e analisar como peças pragmáticas de um tema específico.

Existe uma indústria fortemente comercial que circula pelo mundo e tem, por tempos, atingido também o Brasil, onde, a partir das formas de lidar com o processo da cultura, se encontram altos índices de desigualdade entre artistas, gravadoras, consumidores e a população em geral.

O compartilhamento de informações a partir de uma visão mais social, ampliada e acessível às diferentes camadas da sociedade, atenta a um debate econômico e humanístico, a partir do momento em que se enxerga a arte como também construtora do engajamento social e oportunizadora a um extenso país com fortes vertentes artísticas. Olhar o processo com olhos mais sensíveis traz a importância que o acesso à cultura pode tornar a vida mais simples. E pode produzir um sistema mais igualitário.

Representando os maiores estúdios do planeta, a vinda do vice-presidente Frazier rendeu encontros com políticos e equipes dos ministérios da Cultura e da Justiça. Em entrevista à imprensa, o executivo norte-americano comentou a reforma dos direitos autorais no Brasil e explicou que a democratização do acesso à cultura não está na agenda da associação.

Abaixo, algumas partes que separei da entrevista de Frazier com o jornalista Diógenes Muniz:

- Qual é sua avaliação sobre a lei de direitos autorais brasileira?
(...) Há algumas coisas que podem ser melhoradas, e surgiram propostas [de flexibilização dos direitos autorais] no ano passado que soaram problemáticas para nós, mas o governo brasileiro parece ter voltado atrás e decidiu olhar a questão com mais calma.

- Temos muitos defensores brasileiros do Creative Commons, sistema de licenças que torna mais flexível o uso de obras artísticas. O sr. acha que esses movimentos ajudam a democratizar a cultura?
Bem, não tenho certeza. Eles [defensores do Creative Commons] nem sempre concordam com o que pregamos. E você está falando em democratizar a cultura, isso não está entre os nossos interesses. Realmente não é a minha seara.

- O que o sr. acha que um país como o Brasil, onde apenas 44% dos domicílios têm acesso à rede de esgoto, deve fazer para convencer seus cidadãos a pagarem por direitos autorais?
(...) Não é ar puro, água limpa. É entretenimento!
As sociedades convivem entre si porque se respeitam mutuamente, respeitam o que as pessoas fazem, não roubam uma das outras. Mesmo que você batalhe para colocar comida no prato, é imoral roubar.

Leia a entrevista na íntegra, aqui.
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Do outro lado ou o nosso mundo paralelo:


COMPARTILHAR MÚSICA NÃO AFETA RENDA DE ARTISTAS, INDICA ESTUDO

Marcelo Branco, colaborador do Radar Econômico, analisa os rumos da cadeia produtiva da música e recomenda, entre outros estudos, o “Creative Destruction and Copyright Protection”, da “London School of Economics and Political Science”.

Segundo Branco, o recente estudo da ‘London School of Economics‘ comprova, mais uma vez, que compartilhar músicas pela internet não está afetando o rendimento dos autores e esta nova prática social não é inimiga dos criadores. Segundo o estudo, a condução negativa do debate proposto pela indústria fonográfica e pelas arrecadadoras e a forma de proteção inadequada da propriedade intelectual nos tempos de Internet, é o que tem causado danos à indústria criativa da música.

"Outra falácia é que a prática social de baixarmos músicas pela internet vai deixar os autores sem alternativas de rendimento e sem estímulo para criar. Isso também não é verdade. A grande maioria dos artistas vive de apresentações ao vivo, dos seus shows. Nada mais estimulante. Quanto mais uma música é difundida pela internet e o artista é conhecido, mais shows e mais ingressos são vendidos. Em 2009, no Reino Unido, por exemplo, as receitas por shows ao vivo ultrapassaram, pela primeira vez, o volume arrecadado por vendas de discos. A venda de discos movimentou 1,36 bilhão de libras, e os shows movimentaram 1,54 bilhão de libras.

Toda essa discussão está muito atual no Brasil em função da proposta de reforma da lei do direito autoral e do novo discurso do Ministério da Cultura que, pelo que parece, embarcou na canoa furada das gravadoras e das entidades arrecadadoras.”

Leia na integra aqui.
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FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA LIVRE

Mais uma vez um debate que tem total ligação com os eixos do #FIMLivre, fórum que vai acontecer junto ao Fórum Social Mundial 2012 em Porto Alegre/RS, com a pretensão de não apenas expressar uma grande mostra de diversos gêneros, como um espaço inédito de criação, produção e circulação da produção da cultura livre, como discutir e encontrar caminhos para uma igualdade maior da arte.

Participe do fórum, aqui.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

VideoArte Lugares Inventados



Lugares Inventados
é a primeira exposição do novo espaço de Arte e Cultura, no Sindicato dos Bancários de Pelotas e região.

Exposições de fotografias de Josekler, pinturas de Fran Amaral e exibições de VídeoArte.

Visitação até 29/04.

Vídeo produzido pela Rede - Comunicação Social.

domingo, 17 de abril de 2011

sábado, 16 de abril de 2011

That's when I miss you

Me disseram que a sensação que o pôr-do-sol pode causar em muitos de nós, é a de “falta de algo”. Perguntei o porquê e recebi a resposta de que essa ausência sentida, expressa a marca de que um dia estivemos mais próximos dele.

E quando o enxergamos e o sentimos, dentro de nós gera-se um misto de acalanto e ausência. Proteção e distanciamento.

Ele está lá. Com suas cores que nos aquecem, com sua ida, sua vinda, sua volta.
Mas sempre está.
Precisamos chegar perto. Ainda mais.

Nosso espírito sente falta de algo que talvez não lembramos, mas que em algum momento, já esteve conosco.

Sentimos saudades. Quando o encontramos.
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Compartilho uma das imagens mais lindas e reais que já vi de um pôr do sol
– mesmo que por aqui:




That's when I miss you,
that's when I miss you.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Memórias, forças e mudanças

[Cio da Terra - Caxias do Sul- 1982 - Cedida por Vera Damian]


Ausência de liberdade, sangue, censura e perseguições. Nosso País passou por dolorosos momentos da Ditadura Militar, onde o movimento estudantil, forte sujeito no processo, sofreu pressões diante do regime.

Estratégias, manifestações, encontros proibidos, mobilização e revolução interna. O Seminário do projeto "Memória do Movimento Estudantil Universitário Gaúcho no Período da Redemocratização - 1977/1985” oficialmente inicia-se hoje (13) até o dia 15, discutindo e sistematizando os principais temas que envolveram esse período que eu realmente não vivi, mas que o sinto, de alguma maneira.

Essa discussão não apenas deve ficar entre as paredes de um auditório, tampouco estampada somente em livros, arquivos ou na inquieta memória daqueles que viveram. A pretensão firma-se também em causar frutos vivificados de consciência, reflexão e forças para as mudanças que ainda necessitam acontecer.

Mudanças dentro de nós por um sistema menos intolerante e memórias que tanto nos insistem apagar, mas que devem ser espalhadas por cada canto da nossa história.
Vivas. Como naqueles tempos.


- Programação completa do Memórias em Movimento aqui.

- Teaser de divulgação

- Acompanhe o evento através do twitter do IMA e da RádioCom.

Mãe

Foto: Março - 2011

Já passou da meia-noite. Faz pouco que eu fui no teu quarto, te acordar com um beijo de agradecimento pela tua vida.

Quero te dar pela manhã tuas flores preferidas, que são as mesmas minhas.

E agora me encontro aqui, um tanto muda e inquieta, pensando no quanto é difícil escrever pra ti. Não se torna fácil porque preciso falar de amor, de ternura e força.

Tu sabes que não preciso de um dia como hoje para te dizer algumas coisas, mas sabes que também não tenho como, especialmente nesse momento, não pensar na graça que Deus me deu em te ter na minha vida.

Tu me dás satisfação. Me inspiras como mulher que és.
Me fazes crescer com minha própria caminhada. E és minha amiga.

Mãe, eu juro, se eu tivesse que voltar ao tempo e tivesse a opção de escolher o que eu gostaria que fosse igual no meu caminho, pediria para que estivesses na minha história, do mesmo jeito.

Hoje és tu quem ganhas beijos e palavras de carinhos.
Mas sou eu quem ganha mais uma vez o prazer de lembrar que te tenho comigo.

Eu te amo com a minha força e com a minha fraqueza.
Com o que sou e com o que vou viver no resto dos meus dias.

Feliz Aniversário.

Teu diamante.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

You lay around, and watch me die.

Hoje compartilho uma das bandas mais interessantes que eu já conheci: Grand Funk, nascida no final da década de 60, com fortes expressões na música até hoje.

Álbum: Closer To Home (1970)
Música: Mean mistreater




I just can't help myself from thinking of you,
for the rest of my days
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Festival Internacional de Música Livre: colaboração nas redes

Como parte e durante o lançamento do Festival Internacional de Música Livre - #FimLivre, acontecerá na próxima quarta-feira (13), das 16h às 18h, um twitaço para publicar as idéias sistematizadas a respeito do festival, que acontecerá em janeiro de 2012 durante um braço do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre/RS.

Com a valorização de ferramentas das redes sociais, a organização do Festival propõe uma twittagem coletiva durante o lançamento do #FimLivre.


O lançamento será transmitido pela internet. Acesse a convocatória e transmissão aqui.

Para quem for participar da colaboração no twitter:


Para esta ação, vamos utilizar a tag #FimLivre e #MusicaLivre, com a sugestão das seguintes frases:

1 - #FimLivre será lançado no dia 13, em POA na Casa de Cultura Mário Quintana, das 16h às 18h. Acompanhe AO VIVO.

2 - O Governo_RS através do @GabineteDigital do Governador @TarsoGenro, constrói #FimLivre junto com ativistas da rede, aqui.

3 - #FimLivre buscará elaborar políticas públicas para o desenvolvimento de uma sociedade livre para o bem comum, aqui.

4 - #FimLivre é sinônimo de flexibilização #DireitoAutoral para fortalecer o criador, aqui.

5 - É desafio do #Fimlivre sistematizar políticas para o equilíbrio entre remuneração justa do autor e acesso público, aqui.

Como parte da articulação em Pelotas, entro no projeto como colaboradora, tendo-me à disposição, para, juntamente com outros artistas e produtores, organizar a ida e os eixos de discussão para Porto Alegre no ano que vem.

Contatos para Pelotas e região Sul: (53) 84 39 45 36
E-mail: edi.boliver@gmail.com


Onde você guarda o seu racismo?


Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo mostrou que grande parte dos brasileiros - 87% - admite que há discriminação racial no país, mas apenas 4% da população se considera racista.

A campanha Onde você guarda o seu racismo? a partir de 2006, chegou em sua segunda fase, tendo o objetivo de provocar uma reflexão individual e, principalmente, conscientizar a população de que a luta contra o preconceito racial é responsabilidade de todos.

Saiba mais.

sábado, 9 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Voltamos a viver como há dez anos atrás

Nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo.

*Fotografado em 30/12/2007, em um espaço de uma antiga fábrica incendiada, ocupada a partir de então por famílias, em Pelotas/RS - Brasil.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Lugares Inventados


Pelotas é um solo fértil de talentos em todas as artes. Sejam filhos dela ou por ela radicados, não faltam produtores na cultura. Compondo este cenário e na tentativa de ampliar as possibilidades para os mais variados artistas, o Sindicato dos Bancários disponibilizou seu espaço estrutural para que sejam realizados ciclos de exposições.


Duas artistas com formação e técnicas distantes, mas que tangenciam um mesmo tema ao se focarem sobre a arquitetura inventada por suas respectivas interpretações, estreiam o ciclo neste novo espaço alternativo para intervenções e mostras.

Na série de pinturas Aglomerações Urbanas, Fran busca provocar a reflexão sobre as condições de moradia nas grandes cidades, a partir de uma arquitetura de impossibilidades, criada por ela.

Nas fotografias produzidas e manipuladas por Josekler, a arquitetura aparece em recortes inusitados, com cores que por vezes lembram grandes mestres impressionistas.

Ambas artistas trazem à tona lugares imaginários, a partir de recortes arquitetônicos, com a coletiva mostra “Lugares Inventados”.

Artistas Convidadas: Joseana Silva e Francine Amaral
Produção: Juliana Charnaud e Ana Isabel Corrêa
Vídeo-Arte durante a exposição: Ana Pessoa, Carolina Araújo e Caio Mazilli

terça-feira, 5 de abril de 2011

Festival Internacional de Música Livre em PoA


Música, arte e experimentação contemplando toda a cadeia produtiva

da interatividade contemporânea, através das redes sociais

Acontecendo junto ao Fórum Social Mundial 2012 em Porto Alegre/RS, o Festival Internacional de Música Livre pretende expressar uma grande mostra de diversos gêneros, onde será um espaço inédito de criação, produção e circulação da produção cultural que emerge no âmbito do vasto campo da cultura livre e digital.

O #FIMLivre tem a proposta de discutir os fundamentos da música, do cinema e da cultura no mundo contemporâneo a partir da tecnologia que mudou a forma de criar, produzir e apreciar conteúdos culturais, num novo mundo de sujeitos conectados. Com isso, a proposta mostra e reflete as dinâmicas das cadeias produtivas da economia criativa, a partir da colaboração social.

A RádioCom é parceira no projeto e terá participação em sua programação, com entrevistas, boletins e transmissões ao vivo, diretamente do evento.

O #FIMLivre será lançado no dia 13 de abril, às 16h, na Casa de Cultura Mário Quintana (Rua dos Andradas, 736 - Porto Alegre-RS) para ampliar o debate àqueles que querem construir um panorama de demandas e atividades para o evento que acontece no ano que vem.

Contatos:

Ediane Oliveira (53) 8439 4536 - Pelotas/RS

Richard Serraria (51) 9104 7759 - Porto Alegre/RS

Gustavo Anitelli (11) 8699 6683 - São Paulo/SP

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Talvez fosse preciso


Há dias tento escrever, mas não consigo. Estagnei dentro de mim mesma e preciso, de alguma maneira, sair - com o perdão da ambigüidade: – literalmente- para fora.

Não consigo formular frases concretas. Minha voz no dia-a-dia do trabalho anda fraca, sem fôlego. Até para falar de música, não tive a mesma excitação nesses últimos dias. Recebi ligações de dois ouvintes que notaram a diferença. E eles tinham razão.

Tenho achado meus textos sem precisão, sem sentimento, sem motivo. Recusei convites para sair porque quis ficar sozinha. E cansei de reclamar e insistir em minhas expressões desesperadoras por respostas que nem existem do outro lado. Essa minha vontade, tão involuntária, buscou que reciprocidades tornassem-se vivas, mas esqueci que elas silenciam-se em sua naturalidade do contexto do ciclo, da vida.

Acho que a sensibilidade bateu um pouco mais. E eu cansei de algumas coisas. E de mim.

Tenho andado ainda mais introspectiva nas segundas-feiras quando me encontro com os alunos na escola. E o dia que eu "reservei" para fugir um pouco da rotina e também aprender um pouco mais da vida, tem-me feito olhar um pouco mais para o meu íntimo. Talvez isso seja também aprender.

Semana passada o Junior, aluno de 13 anos que disse que quer ser jornalista - e consegue formular um pensamento até melhor do que muitos universitários, me disse: “Tu tá triste”. Fez durante a aula, uma história em quadrinhos sobre uma menina que sonhava em ser feliz, mas não conseguia. O final da história dizia em letras azuis: “Viva, mesmo que não encontre a felicidade. Viver é estar vivo”. Pintou. E me entregou no encerramento, naquele momento em que eles saem em filinha, em direção à porta. Seus olhos me disseram nesse momento da entrega: “A vida é para ser vivida.” Era só isso que eu conseguia pensar. E que frase clichê, não? Mas eu já me questiono se tenho vivido – de fato – minha vida.

O que é viver? É apenas estar vivo? Ou estar vivo é viver?

Voltei para casa pensando que essa tristeza interna – tão externada na minha face, fez a percepção do menino mais curioso que eu pude conhecer nessa valiosa experiência da educação até aqui. Junior tem uma história constrangedora e impactante para ser refletida a partir da conceituação: “estar vivo nesse mundo”. Cada segunda-feira, eu volto com um estranhamento de inquietude com a história de vida dele, dentre tantas histórias de alunos que tenho o contato semanalmente.

Junior é um menino pequeno, muito baixinho, magro e com um rosto curioso: inocente/questionador. Há quase dois anos, tem “segurado a barra” em casa pelo sofrimento do irmão mais velho estar envolvido intensamente no crack. A situação é tão crítica que esse irmão está enjaulado – exatamente isso – em casa, tendo já fugido algumas vezes, para o desespero da família.

Penso na situação e não consigo compreender. O que deve ser para uma mãe, uma família, ver uma pessoa que se ama, atrás de grades, dentro da própria casa? Penso no menino que tá passando por essa situação e meu coração se rasga com dificuldade de pensar racionalmente na angústia que deve ser para cada um. Surreal em uma fração de segundos dentro de minha limitação. Tristemente real e contínuo em milhares de realidades, quando reflito e caio no constrangimento verdadeiro de constatar: que mundo, que mundo...

O Junior que me faz perguntas do tipo: “Tu é de esquerda, sora? Será que a presidente vai melhorar o país?” lá nas primeiras oficinas, pelo mês de outubro. Ele que almoça comigo e com as outas voluntárias na escola; que passa das oito às 18 horas ao lado dos colegas; que joga pouco futebol; que senta ao lado do Tiago todos os dias e o incentiva a escrever e que não sai de perto da professora Rosa, da oficina de “leitura”.

O mesmo menino que é curioso, lendo de tudo pelos corredores, sejam os cartazes nos murais, os flyers na secretaria e os livros de história do Brasil, é o mesmo menino que me diz para continuar a viver. E quando chega em casa, cuida da mãe, que está com depressão e tenta acalmar o irmão que está encarcerado.

O que dizer a uma criança que é capaz de passar algo tão sublime e ao mesmo tempo tão perturbador? Soco no estômago e em minha mediocridade – por alguns conceitos da vida.

Voltei para minha casa e sentei-me à mesa, com meus pais. Vi, pela janela da porta da cozinha que me mostra o pátio, meu cachorro brincar como todos os dias com a bola da sinuca; meu pai com sua tranqüilidade tão constrangedora e sua naturalidade no violão e minha mãe com seus mil conselhos, preparando tudo ao mesmo tempo. Tudo a mesma coisa. Mesma normalidade. Essa é uma parte da minha vida. Acho que estou viva, pensei. Estou?

Resolvi ler os exercícios que cada aluno tinha entregue, em que precisavam escrever em um parágrafo, alguma informação de assunto livre, contendo: “O que, quem, quando, porque, como e onde” – o bendito lide! Dentre tanta curiosidade que leio, páro e fico um tempo com esse pedaço de papel: “O país está cheio de crianças abandonadas pelas ruas. Não se sabe o porque, mas quem sabe no futuro, elas possam estar ao lado dos seus pais, dentro de casa”. Mais uma inquietação. Me perturbei – dentro de minha frenética vontade de ver uma realidade no mínimo mais humana – dentre tantos fatos lamentáveis- ver, mais uma vez, o Junior me surpreender com sua sinceridade e precisão.

O que eu tenho feito de mim?

Por que me fechei em mim mesma? Talvez fosse preciso para curar alguma dor aqui, que reina. Talvez fosse preciso para o Junior ver tristeza em mim. Talvez fosse preciso para continuar a viver.

Olho para o relógio aqui, são 04:24. Faltam 4 horas pra eu encontrá-lo juntamente com outros tantos pares de olhos que me inquietam, me intoleram, me chamam para dentro de mim; me chamam para fora, me fazendo compreender um pouco mais desse mundo. Difícil é compreender.

Acordo daqui a pouco. Tudo de novo. Eu vou receber mais papéis. Mais perguntas, mais desenhos, mais cores, mais olhares... e o que eu não sei.

Acho que agora eu quero viver. Um pouco mais.
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domingo, 3 de abril de 2011

Não ficou no tempo

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo
Presa na poeira.

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto
Flor do seu carinho.

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia, toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida.

Composição: Gonzaguinha



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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quilombos no RS: Resistência e Territorialidade


" eu bato contra o muro, duro
esfolo minhas mãos no muro
tento longe o salto e pulo
dou nas paredes do muro, duro
não desisto de forçá-lo
hei de encontrar um furo
por onde ultrapassá-lo. "
[Oliveira Silveira]
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De acordo com o advogado de quilombos e integrante do Movimento Negro Unificado/RS, Onir de Araújo, a Comunidade de Morro Alto (Osório/RS), uma das protagonistas da luta quilombola no Rio Grande do Sul, responsável por três séculos de resistência e uma das primeiras no Estado a pleitear a aplicação do artigo 68 da Constituição Federal de 1988; conseguiu, finalmente, arrancar o que deveria ser de direito: a aprovação pela Comissão de Decisão Regional do INCRA-RS, do Relatório Técnico (o RTID) e o compromisso para encaminhamento imediato para publicação no Diário Oficial, reconhecendo seu território.

Reportagem feita pelo Coletivo Catarse:

Como você me dói de vez em quando



"
... sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor.
Pois se eu me comovia vendo você. Pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo. Meu Deus, como você me doía de vez em quando.

Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça,
então os meus braços não vão ser suficientes pra abraçar você
e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa, que eu vou ficar calada um tempo enorme, só olhando você sem dizer nada,

só olhando e pensando, meu Deus, como você me dói de vez em quando."

[Caio F. Abreu]

Imagens que marcaram a última década V



Uma tentativa de retratar visualmente uma década reveladora de guerras, sentimentos conflituosos e calamidades naturais no nosso mundo.



Uma mulher leva o corpo do filho de seis anos, enquanto chora.
Ele foi morto quando o carro da família ficou sob fogo por desconhecidos armados em Baquba,

capital da província iraquiana de Diyala, 60 km a nordeste de Bagdá, em 16 de setembro de 2007.
O irmão de 10 anos do menino ficou ferido no ataque.