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*[A nostalgia aqui revela um tom mais ameno do que, rigorosamente, se é. Entenda. Na medida.]
O ano passado acabou de acabar? Não sei... o tempo está correndo assim, tão de repente. Parece que está. E já ando, inclusive, um pouco nostálgica por 2011. Veja só, hoje coloquei pela primeira vez no ano, um tênis (para não sentir frio nos pés) - ou ‘andei com os pés tapados’, como disse minha mãe. E não só isso. Usei mantinha de tecido, coloquei casaco, deixei de lado saias e vestidos para encarar calça jeans e sentir aquele ventinho suavemente gelado de manhã (leia-se sensação térmica de 10º).
O vento, que outrora estava ausente, além de mexer em minha melancolia, me fez (como uma boa e velha pelotense) lembrar que o inverno daqui a pouco está batendo à porta. Estou no outono. Me encontro com galhos espalhados por aí, tocando nos meus pés, mesmo que 'tapados'. De tanto caminhar pelas ruas, é possível ver um tom diferente no céu, nas pessoas. O sol misturado ao vento é belo, aconchegante e reflete um misto de introspecção, saudade, liberdade.
Me sinto, enfim, respirando um pouco melhor.
E diante dessa ‘nostalgia’ tão curta, mas não efêmera, lembro de 2011. Trabalhar diariamente em um veículo de comunicação (ainda que em muitas vezes a rotina seja, por si só, cansativa), faz o tempo te mostrar uma gama de diversidade humana. Impagável. Durante esses meus 4, 5 anos de RadioCom, “muita gente passou por ali”.
Lembranças se confundem com risos, decepções, saudosismos, admirações, estranhismos e surpresas. Há de tudo para se dizer. Mas há muito para se agradecer a esse dom que é a vida, por fazer nos aproximar de sentimentos bons por algumas pessoas.
Um pouquinho antes de chegar no meu outono passado, conheci Sebastian Jantos, músico e compositor de Montevideo. Com uma delicadeza muito abraçante e sincera, “Seba” esteve presente em duas horas de programa. Falou de sua paixão pela poesia e música brasileira. Contou sua história, tocou e cantou ao vivo, fez o ‘bendito intercâmbio’ e me aproximou ainda mais da suavidade da música uruguaia. Ele abriu o show de Dado Villa-Lobos na cidade, ao lado de alguns músicos daqui.
Hoje, meu prestígio é a sua música em parceria com meu amigo Richard Serraria - quem nos apresentou e quem fez com que esse intercâmbio se intensificasse. ‘En La justa medida’ passa uma mansidão gostosa, triste e amena. Sensação semelhante ao ventinho que senti hoje pela manhã.
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