quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Canto de baixo

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Em cada galho perdido nesse chão
Junto teus pedaços
Como encontros caídos de árvore
Que outrora assistiram pássaros

E hoje sentem cheiros de um mundo
Vazio desmoronado
Gritando canções tristes que cortam
E sangram medo encarcerado

E o movimento cinza do cair da noite
Lança o olhar queixoso e oprimido
Que passa por essas folhas secas
Que seguro e quebro uma a uma
Despedaçadas como tempestade em ninho

E sinto frio.

E por cada pedra que esbarro
Pequena, leve ou não
Cato o som do que não vivi
E atiro pra longe do chão.

Mas pedras não são pássaros.

E cada passo que dou
Embalsa aquilo que gelou
E lança de novo tua sede
E me traz de novo tua força
Como cura da minha ferida aberta
Como pós de areia
Que entrelaçam o acorde de um violão

E me entregam de novo a mim
E se perdem de novo em mim
E me lançam de novo por fim

Musicando o poema que não sai
Exprimindo o dia que não vem
Consumindo na alma o que não foi dito
Aclamando no peito o que não foi feito

Por sentir saudade.

3 comentários:

Fabrício Tavares disse...

Nossa, Ediane! Que lindo!!!
Voa-se alto por aqui, hein...
Parabéns! Estou muito feliz de ter lido, muito!

Ediane Oliveira disse...

Oi Fabrício! Obrigada pela visita e pelas palavras. É recíproco. Um beijo.

Jun disse...

faz tempo que busco palavras pra vc, mas nao encontro.

vc surpreende sempre.

Bjonessssss