Há uns três meses fui presenteada com algo que certamente está na lista das minhas melhores surpresas. Através de Glênio Ríssio, amigo e forte referencial na minha trajetória pessoal e profissional, tive o deleite em receber uma variedade de mais de 50 discos do melhor da música negra.
“Separei os funks e os souls pra ti”, estava escrito no papel acompanhado da coleção sob a mesa do computador em uma simples tarde de trabalho. Alegremente curiosa, fui desvendar se era mesmo pra mim e, pela sorte, comprovei que tinha sido escolhida para a doação de parte de um material musical que o Glênio possuiu por longos anos. “Estou me desfazendo de alguns discos especiais e quero repassar para alguns amigos, pois música boa tem que ser compartilhada”, disse. Thanks, God!
Quem me conhece sabe o quanto sou ligada à música. Nasci em um berço assim. Meu pai levava o violão no hospital para tocar a minha mãe (e a mim) próximo ao dia do meu nascimento. “Passei por dificuldades na gravidez e teu pai tocava no quarto para me acalmar”, sempre me lembrou a mãe. Me emociono em saber disso, rio comigo mesma pensando na cena em pleno hospital e sinto orgulho em perceber que herdei, de alguma maneira, essa paixão que encontro na minha família.
E de fato, a música me fascina. Cada dia me deparo com coisas novas. Dos clássicos fenomenais que não tive a oportunidade de vivenciar em tempo real (por fazer parte da geração que nasceu no final da década de 80) a coisas que estão surgindo agora, bem feitas e muitas vezes ‘desconhecidas’. É como um exercício que a gente não cansa. Uma terapia que buscamos involuntariamente. Um desejo de alimento transcendental.
E dentro de uma rotina corrida e exaustiva nos últimos tempos, tenho aproveitado para unir esse exercício ao meu trabalho, já que não me sobra tempo e, - pesem os dois lados,- fazer parte de uma rádio com uma visão distante dos paradigmas lineares, tem suas boas vantagens. Progressistas.
A LIBERDADE DO SOUL
Certamente uma das coisas que mais me impressiona na história da música é a revolução que aconteceu no meio da década de 60, mais especialmente à influência dos negros com a chegada do funk de raiz, digno do r&b, influenciando posteriormente em um pequeno período de tempo, o jazz, o blues e o psicodélico rock. A essência da expressão musical negra, possui sua subjetiva mistura, sua diversidade ousada e sua peculiaridade libertadora e espiritual.
War, uma banda da Califórnia, se destacou a partir da década de 70 com sua forte característica referente ao inicial movimento norte-americano expressivo do funk. Dentre as bandas que já pude ouvir no material ganho, e que, aos poucos, pretendo difundir a indicação e divulgação, essa é certamente uma que eu não abro mão de indicar.
"O mundo é um gueto" em seu significado semântico e subjetivo é uma boa escolha para representar o grito da musicalidade que a banda possui.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
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4 comentários:
nao é a toa que no convite da formatura, vc era a representaçao da black music.
linda,
gosto de ver vc assim, feliz.
Jun.
Que interessante isso. Pessoas especiais atraem outras da sua mesma qualidade. É o caso de vocês, teu e do Glênio. Não poderia ter sido mais bem escolhida essa "doação" de músicas. Assim o "Navegando" pode continuar encantando as tardes do pessoal que escuta a Rádiocom por dois motivos: A sensibilidade e competência da apresentadora e a qualidade musical! Perfeito! Beijo no teu coração e um forte abraço em ti e no Glênio. Dudu
Dudu, que bacana te encontrar aqui!
Pois saibas que a RádioCom me deu bons presentes na vida e eles se refletem nas pessoas que conheci. Tu tens uma grande participação em tudo que tem acontecido. Não esquece disso. Sou grata pela tua força sempre. Fazes falta, Du.
Saudações xavantes!
o q? a minha teoria é que nao existe mulher q reuna beleza, inteligencia, charme, sensibilidade, carisma e aguçados gostos musicais.
alguma coisa tem q ta errada com vc! kkkkkk. B-jo.
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