sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pai...

Ao passo da tentativa de aqui declarar parte da profundidade dos sentimentos que firmam meu coração, ouço músicas que me lembram a ti. Sons calmos, ternos e aprazíveis, pois é assim que tua imagem reflete a mim.

Hoje, 3 de setembro, data importante na nossa família e amigos por celebrarmos a tua vida, acordei-me com vontade de te dar um abraço demorado, dizendo baixinho - como quase sempre falo com o senhor -, da alegria que tenho em poder compartilhar meus sonhos e construir aos poucos o caminho da minha vida, através da tua força, pai.

Vou te esperar acordar e pedir licença ao tempo para tomar meu bom chimarrão ao teu lado. A mãe deve estar preparando o teu bolo de chocolate, o Eder já chega de viagem para nos encontrar e o Jimi quer ser assistido brincando de correr atrás da bolinha de sinuca como faz todas as manhãs. Vou te pedir para pegares teu violão e tocar canções perto de mim. Pois é assim que na maioria das vezes me fazes companhia. E essa é uma das maneiras que eu mais gosto de te ver. Vou querer relembrar da infância um pouco distante, a qual não lembro tanta coisa, mas que tão claramente se encontra no meu pensamento parte da nossa forte união. Vou te dizer poucas palavras porque entendes o meu olhar de gratidão e o meu riso sincero e fácil.

Pai, o mundo está perdido, eu sei, mas o senhor me deu a direção. A sua direção. Sem rótulos e sem regras normativas, mas simplesmente o seu espelho de vida e almejo por um mundo mais solidário. O teu amor transformou meus medos em desafios, ainda que as circunstâncias me insistam em regredir, pai.

Hoje, acordei e lembrei das lutas que o senhor lutou pela nossa família. Do grande amor à mãe, a mim e aos guris. Dos jogos dessa vida em que a gente entra em campo e não sabe se vai ganhar. Mas o senhor sempre jogou, pai. Ainda que estivesse longe da bola e mesmo que não soubesse os resultados. O senhor esteve presente nos jogos difíceis. Nem sempre vitoriosos, mas todos com resultados íntegros, acima de tudo.

Hoje eu lembrei dos choros que duraram noites, das perguntas e das surpresas. Lembrei de fases boas e ruins que já, há duas décadas (então... eu cresci!), tive o orgulho de sempre te ter do meu lado. Lembrei que tua compaixão sempre tão constrangedora, me mostrou perdão. Tua sabedoria através do silêncio, me mostrou o sentido do respeito. Tua fé em Deus me mostrou a espiritualidade fortalecedora e pura. Tua paixão pela arte tornou nossa vida mais humana. Os teus ensinos à valorização da simplicidade fizeram de mim uma mulher inocente. A tua eterna menina. E a tua amiga forte e guerreira.

Hoje, pai. Só quero ficar ao teu lado. Um pouco mais.
Feliz aniversário.

Com amor,
Teu Diamante.

2 comentários:

Ana Campelo disse...

Di, vc tem uma coisa linda que é sua doçura ao mesmo tempo que é natural, sensata e madura.
Parabens pelo seu pai, em breve to em satolep.^^

Jun disse...

Caro Senhor, me permita ganhar o coração dessa moça.. feliz aniversário.