segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mais Educação completa 1 ano

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Nos encontramos duas vezes na semana. O dia todo. A cada encontro, a cada troca, volto com uma espécie de renovação interior. Não gosto do termo “trabalho”, ainda que essas oficinas de rádio na escola me exijam uma forte disponibilidade de tempo, elaboração e força. E mesmo sem os “auxílios da causa trabalhista” – (pudera! Até quando os profissionais da educação permanecerão tão desvalorizados?), vejo como reflexo de um ganho e como uma mudança de realidade na minha mente.

De fato, há tanta coisa para descobrir. Esse mundo paralelo não é dividido em dois mundos, senão dois, três, paradoxalmente a outros universos de realidade, tornando-se um inesgotável aprendizado. O bendito clichê “existe vida lá fora” se torna tão claro a cada história, descontentamento, angústia, surpresa, satisfação. Tenho aprendido em cada olhar. Seja triste, revoltado ou alegre. Parece que sempre me são verdadeiros, mesmo que alguns tenham descoberto a mentira há algum tempo.

Eu sempre gostei de cartas muito mais do que outras formas de expressão. Há muitos anos não recebia uma. Eles escrevem sempre. Papéis com palavras simples e desenhos- muitos desenhos coloridos - me retornam de novo a minha infância. Como pode ser tão significativa uma carta para uma criança? As meninas fazem envelopes, do mesmo jeito que eu costumava a fazer. Delicados, alguns meninos recortam formatos de flores em papel. Outros, não escrevem cartas. Muitos não gostam de escrever. Alguns sequer me escreveriam. Outros ainda não aprenderam a ler. Todos gostam de música. Jogam, brigam, brincam e outros cantam. Alguns nem sabem meu nome.



Sem distinção, todos escrevem com os atos, com perguntas inusitadas, com ações que surpreendem. E mesmo na tristeza e na realidade que espera em muitos, passam força.

O projeto visa contemplar escolas periféricas do País com altos índices de reprovação e violência, fazendo com que o aluno permaneça na escola no turno inverso de estudo com acompanhamento de oficinas que lhe auxiliem na autoestima, redução de danos e melhoramento escolar.

O momento de despedida é um pouco doloroso. Retorno no ano que vem. Foi uma escolha ultrapassar o tempo que deveria ficar e que contempla o período de 1 ano. Espero encontrar muitos dos mesmos. Mas tantos outros novos para entender que o plano deu certo e conseguiu ajudar alguns. Espero aprender mais. E continuar refletindo sobre esse estranho e espantoso mundo. Capaz de causar diferentes e diversas sensações ao mesmo tempo. Diante dos meus olhos.


domingo, 30 de outubro de 2011

Depois que eu me chamar Saudade

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Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga,
Para aliviar meus ais.


Se Nelson Cavaquinho estivesse vivo, hoje (29) completaria 101 anos. E, quem sabe, continuaria a fazer sambas tristes. E sem fim.



Documentário de Leon Hirszman, feito em 1969.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O fim

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Por trás dessa pele melanina ilumina
Rastro infiltrante de dor se inclina
Agudo, de repente, se faz presente
Como rasgo de plano
Na mente
E aqui
E só eu sei o quanto dói
E destrói
A pele, o fogo, a palavra,
O toque
Que enfoque
Em tudo que ainda resta
Se resta, lentamente, e só
Que me faz não entender
A força que se tem
Daquilo que nunca se terá
Em mais ninguém.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Nas águas do Uruguai

Imagens e edição: Rodrigo Elste

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Playing For Change

A música sem fronteira



Clássicas canções da música universal cantadas por músicos de rua de diferentes partes do mundo. Originalidade e força. O projeto Playing for Change: Songs around the world além de trazer uma interessante musicalidade, mostra o quanto o universo da arte é inesgotável em diversidade e potencial.

Idealizado pelo engenheiro de som Mark Johnson, a proposta surgiu após encontrar em uma estação de metrô em Nova Iorque, a cena de dois monges na rua cantando e tocando violão com cordas de nylon. De acordo com Johnson, a simplicidade e a beleza encontrada nos artistas de rua causam uma espécie de naturalidade e paixão pela música: “O distanciamento do palco e a liberdade com o sentimento, me causam emoção”, disse.

Passados dez anos após a cena vista na rua, Johnson teve a materialização do projeto de unir artistas de diferentes países, resultando num CD e no documentário Playing for change – Peace Through Music.

O projeto conta com inserções de conhecidos nomes da música, em meio às gravações com os artistas encontrados para o disco. São diversas gravações em diferentes cantos do mundo com um ponto em comum: a música. De negros, brancos, árabes e muçulmanos. Percussionistas brasileiros, africanos, pianistas americanos e violoncentistas europeus. Indígenas e asiáticos, interpretando a mesma canção, em um resultado revigorante.





domingo, 23 de outubro de 2011

Da terra ao fruto

Do fruto ao galho.


sábado, 22 de outubro de 2011

Alguma coisa mudou, de novo, por aqui.

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É. Você entrou no mesmo blog. E mais alguma coisa mudou aqui. Mesmo que pouco. Mas mudou. Aliás, aqueles que freqüentam há mais de um ano este espaço não devem ter se espantado com mudanças. Eu, assim como em outras coisas da minha vida, gosto de renovar.

Isso acontece com as trilhas do programa de rádio que produzo, por exemplo. Em média, mudo após um ano, as músicas que me acompanham diariamente. E gosto. Elas fazem parte do ritmo ao longo do caminho.

Neste blog não é diferente. Há um tempo atrás, após renovar mais uma vez, tinha escrito sobre isso. E este post surge após alguns comentários que recebi de dúvidas frente ao nome e a estética da página. Eu explico.

Criei esse espaço faz alguns bons anos. O endereço do blog é difícil, eu sei. Confesso que se tivesse de começar do zero, começaria. Esses montes de ‘i’s e ‘s’ são vergonhosos atualmente pra mim, afinal soletrar DIIDISS.BLOGSPOT.COM é um tanto chato quando preciso passar o endereço.
- Quantos is?
- Depende. No início são dois. Mas depois tem mais um.
- E “s”?
- Dois no final.
- Soletra de novo. (!)

Mas tem um motivo essa complicação toda: na época eu pensei que estaria criando um login de entrada para o blog e não o nome do mesmo. Final das contas: quando fui ver, o problema já tinha surgido. Sem ambição alguma de permanecer com o blog, deixei por assim mesmo. Mas os anos se passaram. Comecei a usar o "endereço" já feito. E agora já nem penso em trocar.

O tal do diiamante
Taí um dos nomes que eu também acho engraçado. Foi o primeiro nome do blog. E também tem um motivo: no início do ensino médio, escrevi um monólogo para a disciplina de literatura, o qual foi publicado no livro “Os melhores trabalhos que recebi”, organizado pela professora Adriana Lopes. O livro tratava-se de uma compilação de trabalhos de alunos, escolhidos pela professora. E cada aluno possuía uma espécie de codinome, pseudônimo, nomeado por ela. Eu, com minha veia mais lírica e ingênua – na época, - recebi da Adriana a derivação de diiamante. O nome possui significados ambíguos e representativos na época. Mas hoje já não vejo associação com o blog ou comigo.

Sensitivus
Foi o nome de um grupo de estudos em literatura que também tive no ensino médio. Havia um professor de história muito ligado em latim, que sugeriu esse nome para o grupo, referido à palavra sensibilidade. Confesso que sinto esse nome mais semelhante até mesmo ao conteúdo do espaço – o qual, caros leitores, como vocês devem perceber - circula mais especificamente na atualidade, na área da música e da literatura. Mas alguma coisa me deixou um tanto desconfortável com a escolha do nome para o blog. Talvez por me remeter – mais uma vez – há alguns anos atrás, os quais não me representam na totalidade no que penso, no que escrevo e no que sou hoje. Por isso, resolvi mudar. De novo.

E fiquei por algum tempo sem nome [ ].

A estética Banksy
Descobri esse artista britânico há alguns anos. Bem antes de lançarem seu filme ou usarem suas imagens populares em estampas de camisetas ou perfis de facebook [naquela época, obviamente o facebook existia apenas com minoria da população brasileira e eu obviamente nem tinha minha conta na tal rede social].

Lembro da primeira imagem que vi de sua arte. Era uma criança querendo voar com alguns balões nas mãos. Achei singelo e forte aquele stencil. Procurei e descobri muita imagem boa, uma estética que me chama a atenção pela poesia e firmeza que retrata nas ruas. Pelo contraponto. Pela sutileza na mensagem que causa questionamento e reflexão. Adotei Banksy como umas das minhas referências na arte. Ele já esteve presente aqui em outro formato e agora retorna com uma outra imagem que eu gosto. Tenho colecionado, aos poucos, um material dele e de outros artistas que possuem semelhança na estética.

Atualidade com pétalas e lamas
Existem alguns projetos pessoais engavetados e armazenados dentro de mim. Projetados, vagarosamente. Mas repletos de anseios e vontades. E esse blog possui a característica de, além de outros conteúdos gerais e livres, apresentar algumas nuances desses nomes, desejos, expectativas e produções, com o passar do tempo.

Pétala e Lama há algum tempo tem feito parte de reflexões. Uma espécie de enxergar a humanidade meio carne, meio cadáver. Meio pureza, meio podridão. Meio luz, escuridão. Esse paradoxo presente. Um instinto humano, por si só.

Em breve, compartirei parte desse projeto que inicialmente busca retratar sentimentos e linhas humanas através da fotografia e da poesia. Por enquanto, fica o nome. Sem precisões de datas.

Não se espante se encontrar layout's diferentes. Nomes. Cores. A autora permanece a mesma. Com algumas modificações.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

qui m'empêche d'être libre

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[o silêncio]

Em alguns momentos as palavras fogem.
Cansaço, talvez.

E a música fala, por sons, palavras, sensações.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Estado de Espírito

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Encurvado, olhos presos no seu rio

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Quadro cultural do Programa de TV Nossa Luta, do Sindicato da Alimentação, produzido pelo Coletivo Rede.

Maria Conceição interpreta Cantiga Para um Pequeno Pescador
Letra de Martim César e Música de Alessandro Gonçalves & Sulimar Rass.



Apressado porque a tarde vai cair
Fisga um sonho na pergunta do anzol
Cada isca que ele tira
Veste um riso de alegria
Ao longe, no horizonte, feito brasa, morre o sol.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

To keep the hope

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Come let's bring light
To the night of need.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Conversa com Jarbas Lázare

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Um dos personagens do filme O Liberdade falou um pouco sobre o que mais gosta:
a música e a liberdade


Hoje (6) será lançado o filme O Liberdade, primeiro longa-metragem produzido pela Moviola. O filme foi selecionado pelo edital do ano passado do Procultura e será exibido no Guarany a partir das 20 h.

A programação do Navegando RádioCom recebeu nessa quarta-feira, Jarbas Lázare. Ele, participante do filme juntamente com outros nomes como Avendano Jr., Milton da Costa Alves, Vitor Ramil, Sonia Porto e outros, conversou sobre a representação do samba e do choro em Pelotas e sobre a significância que o bar Liberdade, há quase quatro décadas envolve na tradição da música com o público pelotense.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Só, azul

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Trago minha madrepérola
Abaixo do peito
Carregando, só,
lembranças e certezas.
Sem destino.
Sem cordão.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A maldição de pensar

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Leminski: afora exceções corajosas, o século XXI volta a ser, contra ele e sua luta, um século de poetas repetidores

Até a Semana de Arte Moderna de 1922, afirma Paulo Leminski, os poetas brasileiros eram sonâmbulos. Limitavam-se a seguir impulsos e agarrar inspirações, a repetir o já feito. Sem pensar no que faziam, "seguiam os automatismos da tradição herdada, das escolas, dos modismos". O ano de 1922, com Oswald de Andrade e Mário de Andrade no comando, veio acordá-los para o pensamento. Ou, como diz Leminski, para "a maldição de pensar".

Hoje, quase um século depois, são raros os poetas que não se declaram herdeiros do modernismo. Mas será que são mesmo? Uma nova edição de "Ensaios e Anseios Crípticos", coletânea de ensaios de Leminski lançados em dois volumes pela Criar Edições, em 1986 e 2001, que agora ressurge em volume único com o selo da Editora da Unicamp, nos dá uma chance, preciosa, de voltar às suas ideias sempre inquietantes. E, sobretudo, uma oportunidade para pensar o que delas fazem (como as "mastigam") os poetas brasileiros contemporâneos.

Com a Semana de 22, lembra Leminski, a poesia deixa de ser uma resposta e se transforma em uma pergunta. A pergunta é: "que é poesia?" Os poetas deixam de escrever ingenuamente. Deixam de repetir e de macaquear seus autores preferidos. Agarram a própria voz e se arriscam a dizer o que nunca ninguém disse. "Com eles, a linguagem só não basta. Eles têm uma meta. É preciso metalinguagem." A poesia passa a ser reflexão sobre poesia. Antes de escrever, os poetas estudam os próprios vícios. Tomam distância, meditam, medem. Pensam.

Nessa busca de um sentido, isto é, de uma direção, Vinicius de Moraes chegou à audição, João Cabral à visão, Drummond às próprias palavras. Cada um deles escolheu (inventou) seu caminho, negando-se a seguir por estradas já percorridas. Graças ao modernismo de 22, o século XX brasileiro nos deu magníficos poetas. Deu-nos uma grande poesia, talvez insuperável.

Infelizmente, e afora exceções corajosas - penso em Paulo Henriques Britto, em Rogério Luz, em Alberto Martins -, o século XXI volta a ser, contra Leminski e sua luta, um século de repetidores. Repetidores da dicção e das ideias modernistas, não importa - mas repetidores. Poetas bem-comportados, que ostentam suas leituras e seus diplomas, que se veem como intelectuais refinados - mas não pensam. Ou, se pensam, repetem o já pensado, só pensam com as ideias alheias. Adotam esses poetas de hoje, para continuar nas ideias de Leminski, uma "visão utilitária da poesia": a que confere títulos, prestígio, a que alimenta confrarias e elogios, a que cultua os clubes fechados e os bandos, mas não se coloca em risco. Por que não se arrisca? Porque não pensa ou, se pensa, pensa com a cabeça alheia.

Daí a importância de retomar os "Ensaios e Anseios Crípticos". Relê-los não para repetir e reverenciar, mas para meditar e romper. Romper, até mesmo, com o próprio Leminski e suas ideias. Seguir o que ele, artista sempre inquieto, ensinava: fazer arte é inquietar-se, é interrogar-se, é - de uma forma metafórica, mas igualmente sangrenta - "matar-se", para chegar a ser outro. O poeta é sempre um outro ou não é poeta.

Daí, talvez, a importância cada vez mais urgente do silêncio. Em um mundo de ruídos, de falatório, de talk-shows, de conversa interminável, de zoeira e atordoamento, nada melhor do que silenciar. Fazendo alguns ensaios em versos, como as atordoantes "Variações para Silêncio e Iluminação", escreve Leminski, em "O Silêncio de Pitágoras": - "os astros obedecem a uma matemática/ essa matemática é uma música/ não ouvimos a música das estrelas/ porque nossos ouvidos são impuros".

Ouvir o silêncio. Dar valor à escuta delicada do que desconhecemos. Do que não entendemos. Eis, para Leminski, a atitude do poeta. Admite, citando Pascal: "O silêncio desses espaços infinitos me apavora". Sim: escutar (pensar) dá medo. No entanto, sem a travessia do ilegível, sem a coragem de enfrentar o incompreensível, não se faz poesia. Repete-se a poesia alheia, mas fazer não se faz. Propõe Leminski que, antes de escrever, os poetas atravessem o ilegível para só então chegar ao legível. Isto é: a um novo legível e não às velhas cartilhas poéticas, modernistas ou não.

Foi por isso, por exemplo, que Paulo Leminski sempre se bateu contra a chamada "poesia de mimeógrafo", para ele uma "poesia fácil". Poemas curtos, flashes instantâneos, registros-relâmpagos, estalos líricos: isso pode valer para o desabafo pessoal, ou para lustrar o Eu, ou até mesmo como registro histórico, mas poesia, diz Leminski com coragem, não é. Poesia do Eu, ela aponta para tudo aquilo de que ele, esperto, se desvia. Escrever poesia é desviar-se de si. Só assim nos inventamos.

Em um artigo debochado como "O autor, essa ficção", depois de esboçar uma história do aparecimento da noção de Autor, Leminski - como um bom lutador de caratê - nos desloca os ossos, propondo algumas barbaridades bem saudáveis. Que foi Machado de Assis quem escreveu o "Escrivão Isaías Caminha", não Lima Barreto. Que Euclides da Cunha não escreveu uma só linha de "Os Sertões", livro de Coelho Neto. Que o "Macunaíma", de Mário de Andrade, falsamente atribuído a Guilherme de Almeida, na verdade é obra de Plínio Salgado. Piadas tolas? Muito longe disso. Embaralhando os autores, Leminski nos leva a pensar quanto a noção de autoria antecipa, aprisiona e delimita a visão que temos dos livros. "Eis mais um Raduan", dizemos. "Nas livrarias, a nova Adélia." E o nome (a grife) já nos aponta a maneira "correta" de ler.

Assim também fazem os herdeiros declarados do Modernismo de 22, que escrevem ajoelhados, trêmulos, com receio de se desviar da grande (embora recente) tradição. A poesia, diz Leminski, existe para comunicar o incomunicável. Ela não é, em definitivo, um instrumento de comunicação, mas, sim, um instrumento de contaminação. Cita a prece, o despacho, o Salat e o Za-Zen como quatro caminhos de acesso ao incompreensível. As religiões, é claro, nos sugerem muitos outros caminhos. Mostra Leminski: nenhum deles tão livre e tão libertário quanto o poema.

Pensar se torna, de fato, uma maldição. Algo que marca o pensador com um estigma. Algo que o separa dos demais e o expõe à fúria do maldizer. Pensar é singularizar, Leminski nos diz todo o tempo. Pensar não é aprender e repetir, mas desaprender e arriscar. Propõe Leminski que sigamos o lendário haicai que sentencia: "Não sigam as pegadas dos antigos, procurem o que eles procuraram".

sábado, 1 de outubro de 2011

Clutchy Hopkins

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Excêntrico e misterioso. O multi-instrumentista Clutchy Hopkins conquistou minhas veias quando conheci o seu trabalho, no ano passado. Com uma identidade difícil de ser biografada, Clutchy tem um, dois, três pseudônimos. Assina de diferentes maneiras em suas músicas e álbuns. Durante as gravações com outros músicos, recusava-se a contribuir com seu nome, preferindo usar um pseudônimo ou nome nenhum. Identidades diferentes, mas qualidade constante. Na maior parte de sua vida, viveu longe da civilização.

Quando era jovem, aos 20 anos, viajou para o Oriente e ficou sob a tutela de monges Rinzai Zen no Japão, investigando o silêncio e os ritmos do silêncio na música. Estudou na Índia, para dominar e articular os movimentos do corpo e sua relação com o som. E as influências também visitam a percussão e a bateria que são fascinações do músico: Ele foi para Nigéria estudar com o percussionista Oba-lu-Funke. Durante sua estada lá, tornou-se militante político e participou de movimentos para lutar contra o governo opressor e as políticas do Apartheid. Quando retornou aos Estados Unidos, Clutchy usou suas técnicas de gravação para produzir sua própria música e criar seus próprios instrumentos.

Suas gravações vão do início dos anos 70 aos dias atuais, abrangendo um variado espectro de estilos musicais.