“Encontrei minhas origens
Na cor de minha pele
Nos lanhos de minha alma
Em mim
Em minha gente escura
Em meus heróis altivos
Encontrei
Encontrei-as enfim
Me encontrei.”
Na cor de minha pele
Nos lanhos de minha alma
Em mim
Em minha gente escura
Em meus heróis altivos
Encontrei
Encontrei-as enfim
Me encontrei.”
Oliveira Silveira, o "negro de alma negra", tornou-se um dos mais influentes ativistas do movimento negro da história brasileira. Foi um dos criadores do Grupo Palmares, de Porto Alegre e estudou a data de 20 de Novembro, lançada e implantada no Brasil pelo Grupo , a contar de 1971, tornando-se Dia Nacional da Consciência Negra em 1978, denominação proposta pelo Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial.
Teve constante atuação por meio da militância política e da produção literária negra. Fundou o grupo Semba, a Associação Negra de Cultura e integrou o corpo editorial da revista Tição ( no final dos anos 70). Com presença marcante, participou da produção cultural gaúcha, compôs rodas de intelectuais e formadores de opinião. O pesquisador também escreveu uma dezena de livros e inúmeros poemas acerca da vida dos negros no Rio Grande do Sul e sobre a questão negra de forma geral. Morreu aos 67 anos, em 1º de janeiro de 2009 deixando um legado de luta, identidade e esperança para o movimento negro brasileiro.
.Teve constante atuação por meio da militância política e da produção literária negra. Fundou o grupo Semba, a Associação Negra de Cultura e integrou o corpo editorial da revista Tição ( no final dos anos 70). Com presença marcante, participou da produção cultural gaúcha, compôs rodas de intelectuais e formadores de opinião. O pesquisador também escreveu uma dezena de livros e inúmeros poemas acerca da vida dos negros no Rio Grande do Sul e sobre a questão negra de forma geral. Morreu aos 67 anos, em 1º de janeiro de 2009 deixando um legado de luta, identidade e esperança para o movimento negro brasileiro.
"Considero a luta por justiça social e pela dignidade dos povos
como parte integral da luta por nações mais justas e seguras,
por uma comunidade internacional mais justa e coesa,
e por um futuro de vida humana capaz de sustentar com dignidade nossa população,
nossos ambientes e nosso planeta."
como parte integral da luta por nações mais justas e seguras,
por uma comunidade internacional mais justa e coesa,
e por um futuro de vida humana capaz de sustentar com dignidade nossa população,
nossos ambientes e nosso planeta."
Abdias Nascimento, ao longo de seus 96 anos, esteve presente e participou de inúmeras passagens importantes das lutas negras do século 20, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na África. Sua vida é ela mesma, a própria história da luta negra.
Na entrevista a seguir [publicada pelo Brasil de Fato] respondida por e-mail por sua esposa, Elisa, e subscrita por ele, Abdias dá um recado à nova geração de jovens negros militantes: “O conselho que dou para essa juventude é estudar, aprender, conhecer e se preparar para, então, se engajar: agir, criar, interagir e participar da construção das coisas.”
O senhor esteve no exílio, de 1968 a 1981, por conta da enorme repercussão que teve a sua “carta-declaraçãomanifesto” na qual denunciava a farsa do paraíso racial que se dizia viver na América Latina. Como o senhor avalia a questão da “democracia racial” no Brasil de hoje? Onde é possível dizer que a crítica a ela colheu frutos?
O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é nada sutil, pelo contrário, para quem não quer se iludir, ele fica escancarado ao olhar mais casual e superficial. O olhar aprofundado só confirma a primeira impressão: os negros estão mesmo nos patamares inferiores, ocupam a base da pirâmide social e lá sofrem discriminação e rebaixamento de sua autoestima em razão da cor. No topo da riqueza, eles são rechaçados com uma violência que faz doer. Quando não discrimina o negro, a elite dominante o festeja com um paternalismo hipócrita ao passo que apropria e ganha lucros sobre suas criações culturais sem respeitar ou remunerar com dignidade a sua produção. Os estudos aprofundados dos órgãos oficiais e acadêmicos de pesquisa demonstram desigualdades raciais persistentes que acompanham o desenvolvimento econômico ao longo do século 20 e início do 21 com uma fidelidade incrível: à medida que cresce a renda, a educação, o acesso aos bens de consumo, enfim, à medida que aumentam os benefícios econômicos da sociedade em desenvolvimento, a desigualdade racial continua firme.
[Confira a relevante entrevista completa, cedida pelo Desinformémonos ao Brasil de Fato, clicando aqui].
Na entrevista a seguir [publicada pelo Brasil de Fato] respondida por e-mail por sua esposa, Elisa, e subscrita por ele, Abdias dá um recado à nova geração de jovens negros militantes: “O conselho que dou para essa juventude é estudar, aprender, conhecer e se preparar para, então, se engajar: agir, criar, interagir e participar da construção das coisas.”
O senhor esteve no exílio, de 1968 a 1981, por conta da enorme repercussão que teve a sua “carta-declaraçãomanifesto” na qual denunciava a farsa do paraíso racial que se dizia viver na América Latina. Como o senhor avalia a questão da “democracia racial” no Brasil de hoje? Onde é possível dizer que a crítica a ela colheu frutos?
O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é nada sutil, pelo contrário, para quem não quer se iludir, ele fica escancarado ao olhar mais casual e superficial. O olhar aprofundado só confirma a primeira impressão: os negros estão mesmo nos patamares inferiores, ocupam a base da pirâmide social e lá sofrem discriminação e rebaixamento de sua autoestima em razão da cor. No topo da riqueza, eles são rechaçados com uma violência que faz doer. Quando não discrimina o negro, a elite dominante o festeja com um paternalismo hipócrita ao passo que apropria e ganha lucros sobre suas criações culturais sem respeitar ou remunerar com dignidade a sua produção. Os estudos aprofundados dos órgãos oficiais e acadêmicos de pesquisa demonstram desigualdades raciais persistentes que acompanham o desenvolvimento econômico ao longo do século 20 e início do 21 com uma fidelidade incrível: à medida que cresce a renda, a educação, o acesso aos bens de consumo, enfim, à medida que aumentam os benefícios econômicos da sociedade em desenvolvimento, a desigualdade racial continua firme.
[Confira a relevante entrevista completa, cedida pelo Desinformémonos ao Brasil de Fato, clicando aqui].
Um comentário:
Brilhante texto e entrevista, edi. Esse seu jeito de lidar com sua cultura é invejável, e eu sinto o maior orgulho d vc. Bjo, minha preta. Rafa
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