Quem conhece o trabalho de bandas reconhecidas e consagradas como Dream Theater, Pink Floyd, Symphony X e Angra, certamente já ouviu falar na sueca Pain Of Salvation, considerada como uma ‘nova geração’ na história do metal progressivo e melódico.
Escrever sobre Pain não é tarefa fácil. Banda peculiar no cenário do metal progressivo, vem ultrapassando a cena já consagrada e respeitada para uma expressão ainda maior, alcançada dentre outros motivos, pelo conjunto absolutamente próprio e emocional do trabalho de seus álbuns. Sua obra soma características sentimentais, grandezas instrumentais e mensagens introspectivas e impactantes.
Liderada por Daniel Gildenlöw desde 1991, a musicalidade da banda, mostra de maneira altamente original, uma união de propensões, do progressivo ao melódico, além de intensidades emotivas e climáticas, com um tom contestador.
BE
Com 11 discos gravados, o que mais me impressiona pela estética artística, sonora e revolucionária é o álbum Be, gravado em 2004, sendo regravado no ano seguinte para um DVD com as mesmas composições do estúdio. O resultado teve em algumas apresentações, a participação de músicos da respeitada Orchestra of Eternity, um forte ganho na história da Pain Of Salvation, certamente. Os instrumentos soaram limpamente como um recital espiritual.
Escolhido por lidar com o tema ‘ciência, conflitos e religião’, Be foi considerado pela crítica um dos álbuns mais aclamados da história atual do metal. Pensado em cada detalhe com composições do vocalista e forte inspirador Daniel Gildenlöw, sua realização se firma no espaço vazio e perdido da humanidade. A busca por um contato com a espiritualidade, a ausência da paz em um mundo de guerras, a revolução inventada presente nos jovens do novo século e as dúvidas que a ciência ainda deixa marcas. O álbum é uma enciclopédia de anseios, fé, devaneios e teorias inexplicadas. Sua marca é intimista e, ainda que complexo, retrata a lógica clara da busca de respostas e preocupação com a filosofia social e ancestral, presente e perdida no mundo pós moderno.
A música Vocari Dei (Mess Age) expressa genialmente a proposta do álbum. São diferentes vozes gravadas por telefone de fãs do mundo todo, deixando mensagens para Deus. De dúvidas, descrenças e críticas a expressões de fé, pedidos de compaixão e simples agradecimentos. Cada palavra expressando uma mensagem diferente, arrepiando em sua essência por transmitir a humanidade de forma mais despida e real. É um concerto refinado e um culto à emoção:
Iter impius é sem dúvida, uma das minhas favoritas, por escancarar a grandeza vocálica de Daniel. Além do forte melancolismo, a melodia não é linear e possui um apelo emocional e instrumental bastante interessante:
2 comentários:
Desse jeito, o pessoal da Rolling Stone vai querer te contratar. Sempre gostei do teu gosto aguçado e surpreendente, de Samba, bossa, jazz, soul a um bom metal. ;@
Tu não sabe o quanto é gostoso ler seus textos super produtivos e interessantes.
Mas é inacreditável como as bandas conseguem achar uma forma de eternizar suas músicas e deixar as suas marcas na história.
Até a Lady Gaga quem diria, é a própria música pop transformada em arte! Tudo bem que não vem ao caso, não tem nada a ver com o texto, mas sei lá... achei interessante ressaltar! rs
Te amooo Di!
Gaél
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