sexta-feira, 25 de junho de 2010

... E algum remédio que me dê alegria ...

Como nunca talvez, hoje eu senti tanta saudade de cada uma.
Não sei se é o pequeno contato do acaso que andei tendo com alguns formandos desse semestre, os quais - ao menos os que me procuraram - andam 'aflitos' com essa entrega súbita de trabalho final [e isso me fez lembrar dos não muito distantes tempos de faculdade. Os mesmos anos que ficamos juntas... com nossas peculiaridades e sintonias]. Não sei se é a sensibilidade à flor da pele que insiste em fazer parte de mim...

Mas das lembranças que trago nessa vida,
vocês fazem parte das melhores.

Pra sempre.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Globo: Fantasticamente sensacionalista

O episódio do último domingo entre Dunga e Globo são provas da antiga e atual realidade do jornalismo da emissora


O jornalismo tendencioso exercido pela Rede Globo não é novidade para aqueles que buscam a informação de forma mais reflexiva e democrática. Dentro de sua programação com forte alcance a diversos cantos e aos mais difíceis acessos de Norte a Sul do País, ela é capaz de pautar variados assuntos cotidianos existentes nas massas sociais.

Devido ao grande papel que a mídia possui na realidade social, faz-se importante atentar para seu discurso, nesse caso, o da emissora em questão, ainda que sua programação tão banal e previsível, cada vez mais mostre e entregue sua forte identidade “culminante” e “acima” de qualquer autoridade.

Em sua extensa e oficial cobertura durante a Copa do Mundo na África do Sul, a Rede Globo conseguiu surpreender ainda mais com sua repressão a valores e mostra de superioridade àquilo que afirma expressar como “defesa” a “ofensas” recebidas por parte do técnico da Seleção Brasileira, Dunga.

Entenda o caso:
Durante a coletiva de imprensa feita após a vitória de 3 x 1 do Brasil contra a equipe da Costa do Marfim, Dunga respondeu aos diversos questionamentos dos jornalistas presentes. Dentre algumas questões, o técnico interrompeu sua resposta perguntando ao jornalista da Rede Globo Alex Escobar: “Algum problema?”. O jornalista teria balançado a cabeça no momento em que Dunga se referia aos jornalistas que haviam pedido a saída de Luis Fabiano do time titular. O contexto indica ainda que o repórter da Globo falava ao telefone com outro colega de emissora, Tadeu Schmidt, responsável por se manifestar no Fantástico do último domingo (20) sobre o caso.


O editorial do Fantástico: sensacionalista em sua essência

Diferentemente do que a grande maioria dos brasileiros esperava pela forte cobertura da Globo em relação às noticias da Copa – e nesse caso, as informações da coletiva após o violento e conturbado jogo da Seleção - o programa de domingo não trouxe metade do que rolou na entrevista conjunta. Sua reportagem se deteve no repórter Tadeu Schmidt dramaticamente repetindo impressões da emissora sobre a atitude de Dunga no momento pós-jogo.

Antes do Fantástico exibir a reportagem (logo abaixo), Tadeu Schmidt leu o seguinte texto:
"O técnico Dunga, no comando da seleção há quase quatro anos, não apresenta nas entrevistas comportamento compatível com a imagem de alguém tão vitorioso no esporte. Com freqüência usa frases grosseiras e irônicas. Hoje depois de uma vitória incontestável mais uma vez foi assim."

O discurso foi repetido com ênfase por apresentadores da Globo News e da SporTV.

Confira a reportagem:


Confira agora na integra a informação sem fragmentação, mas com uma contextualização maior do momento da interrupção. Essas outras respostas a emissora não mostra...


Impressiona a maneira como a Globo reagiu diante de um ato sincero e desabafante de Dunga. Dentro de um contexto de entrevista ampla, respondendo aos mais diversos jornalistas do mundo todo sobre as dificuldades e as perspectivas que obteve diante da situação Brasil x Costa do Marfim, a programação da Globo mostrou mais uma vez sua maneira incoerente de lidar com questionamentos alheios. Sua forte adjetivação e sua busca por mostrar que a atitude de Dunga tivesse soado absolutamente estúpida, faz com que sua credibilidade televisiva diminua aos olhos daqueles que conseguem ao menos entender que paciência humana tem limite. E bom senso.

sábado, 19 de junho de 2010

Poema à boca fechada


Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

[José Saramago 16/11/1922 - 18/06/2010]

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Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu, fizeram-no de carne. E sangra todo dia.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Espelhismos longes... délibáb

Deixar ausente parte do que tenho ouvido, assistido (e por que não dizer também) vivido nos últimos dias, é omitir as boas sensações que sinto quando me deparo com a arte tão bonita desse meu solo. Prefiro não omitir. Redundantemente falando, a “omissão emitida” ou principalmente recebida, nos gera transtornos, questionamentos e também um pouco de dor.

A arte que aqui quero me refir é a simples, singela e melancólica. Enraizada na milonga e nos pequenos versos somados a acordes envolventes. Ainda que essa arte, de origem campeira venha carregada de influências diversas, sua essência fortemente peculiar está enraizada no meu pampa e na minha pelotas crioula do sopapo, nas ruas frias, no movimento distinto... e distante da tradição estúpida tão paradoxal.

E no meio de tantos acontecimentos distantes, presentes, quentes, sutilmente gelados, frenéticos, duvidosos, mas absolutamente marcantes; no meio de toda essa confusão explosiva que eu gosto de entender dentro de mim, com calma, ternura e inocência... no meio disso tudo, veio até mim a mais atual obra do poeta Vitor Ramil. Sempre ouvi seus discos e me deleitei em sua literatura, com algumas críticas, questionamentos, mas também admiração. E confesso que, especificamente esse último álbum trouxe um quê maior de simplicidade poética e melancolia musical.

Inspirado na palavra húngara délibáb, o disco expressa uma miragem do Sul, assim, como seu contexto o indica. Horizontes distantes, mas próximos através do toque simples do acorde. A estética me remete a um remoto frio e à luz do sol acolhedora. É como se, de alguma forma, toda a magia generosa da canção te transportasse para um ambiente de mansidão e sutileza. É também extremista no intimismo que os versos causam, ainda que tão de repente. E há quem diga que a surpresa é uma das formas mais precisas de se expressar opressão e retidão. A surpresa causa frenesi.

Vitor Ramil traz sua obra com toda força e desejo que satolep move a sua história. Em sua cidade natal ele pisa, no próximo sábado, dia 19, no Teatro Guarany, para o lançamento dessa miragem, délibáb.

Juntamente com o cd, foi gravado um processo de informações sobre sua escolha por gravar em Buenos Aires, sua afeição pelos versos e ensaios dinamicamente intimistas de Luis Carlos Borges, sua opção de sutileza por João da Cunha Vargas e sua escolha pelo violonista Carlos Moscardini. Confira parte desse trabalho:




Apesar disso me dói
Despedir-me da vida
Essa coisa tão de sempre
Tão doce e tão conhecida...

sábado, 12 de junho de 2010

Eles querem nos calar...

A Anatel fechou um ambiente de comunicação, além de apreender os equipamentos da Rádio Comunitária de Santa Cruz do Sul

Há exatamente 1 dia, em 10 de junho de 2010, ocorreu o mais arbitrário fato até então vivenciado na radiodifusão comunitária do Brasil. A Anatel fechou, bem como apreendeu os equipamentos da Rádio Comunitária de Santa Cruz do Sul no RS, sendo que esta estava funcionando de forma legalizada, com outorga concedida pelo estado brasileiro, inclusive pelo Congresso Nacional.

Os técnicos, sob a argumentação de que a rádio estaria fora das especificações técnicas, apreenderam com o auxílio de força policial os equipamentos que possibilitam que á rádio permaneça no ar, quando, na verdade, o máximo que poderiam fazer, antes de que fosse comprovada qualquer irregularidade, seria lacrar os equipamentos.

O encerramento das transmissões de uma emissora de radiodifusão habilitada e com concessão pública por força da ação de técnicos da ANATEL jamais foi registrado e mesmo o fechamento de uma rádio pública é algo sem precedentes na história do País.

Ainda a atuação da Brigada Militar, que ciente de estar cometendo uma irregularidade, acompanhou e garantiu, mesmo não tendo atribuição para isso, a retirada dos equipamentos e sua apreensão.

Impressiona muito o envolvimento na construção desta ação da Brigada Militar, que estava sempre acompanhando desde antes de se fazer a fiscalização a ação da ANATEL.

No momento, dirigentes da Rádio Comunitária estão na sede da Polícia Federal em Santa Cruz do Sul, para onde foram levados os equipamentos e o representante da Rádio como preso.

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Mais ainda impressiona toda a censura frenética, autoritária e tão incoerente que se faz nesse processo.

As vozes estão sendo caladas... diante dos nossos olhos.
Os sons livres. Os passos pelo espaço.
.. ainda diante de nós.
Temos sido vítimas de nossa própria vontade de libertação.

Lamentável. Arrepiante...

E que essa injustiça exercida pelo poder errôneo, torne-se em liberdade sã.
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Mas mudando de pranto para satisfação, hoje quero lembrar de uma data importante dentro da história da comunicação, da minha cidade e da minha vida.

12 de junho, aniversário da minha querida RádioCom: segunda casa, primeira escola e eterna paixão. Meu ambiente de trabalho, aprendizado e muito prazer. Local onde encontro amigos, pessoas interessantes, e surpresas do 'acaso' capazes de transformar minha realidade; onde vejo a notícia de forma mais real e mergulho num espaço surreal da música, da arte e do conhecimento mais reflexivo.

Já são quase 3 anos de muito gosto em poder fazer parte dessa grande família, colaborando com o que posso, de maneira que esse espaço só venha crescer ainda mais.

Parabéns RádioCom, pelos seus 9 aninhos de fomentação da cultura local e do pensamento crítico que é tão distante em alguns meios. Parabéns àqueles que no passado fizeram do impossível o possível para que se tornasse real em dias distantes e atuais a sua transmissão.

E parabéns Rádiocom, pela sempre presente vontade de libertar essas diversas cadeias sociais que tanto insistem em fechar os horizontes da nossa gente.

Me sinto feliz por fazer parte disso tudo.

E meu desejo é que não nos calem... mas que nos permitam voar.
E se não permitirem, que ainda assim permaneçamos firmes, com os mesmos propósitos...
Em paz, ainda que na guerra... Sempre.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pra você dar o nome

Hoje, 7 de junho de 2010, às 23h47 ...




Deixa pra lá
Que de nada adianta esse papo de 'agora não dá'
Que eu te quero é agora e não posso e nem vou te esperar
Que esse papo de 'um tempo' nunca funcionou por nós dois.

Sempre que der, mande um sinal de vida de onde estiver... dessa vez
Qualquer coisa que faça eu pensar que você está bem
Ou deitado nos braços de uma outra qualquer, que é melhor
Do que sofrer de saudade de mim, como eu to de você
Pode crer que essa dor eu não quero pra ninguém no mundo
Imagina só pra você?

Quero te ver dando volta no mundo
Indo atrás de você, sabe o quê...
E rezando pra um dia você se encontrar e perceber...
Que o que falta em você...
Sou eu
.

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Meu amigo @rafaelbernardo foi quem me apresentou essa preciosidade de música, poesia, não sei. Acho que ele acertou tão em cheio que veio na hora certa tudo isso.

Myspace do cantor do video
Ele também faz parte dessa banda

E pra quem quer conhecer o trabalho do talentoso Rafael Bernardo (responsável pela dica), clique aqui.


E que fiquem as lembranças... sempre.
Ainda que tão rápidas... mas intensas...

E boas.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Sobre a prisão...

8 de Março de 2010.



Hoje eu conheci um pouco da ausência humana de escolha. Visitei por horas a solidão verdadeira. Caminhei no escuro e senti melodias tristes entre os sons de paredes sujas. Hoje eu saí do mundo ali fora e me aprisionei no mundo fechado. Pedi permissão ao silêncio para ouví-lo com mais eco e entrei por uma porta onde me mostrava um caminho que me dava apenas uma direção. Pelo caminho encontrei várias portas. A fechadura era a marca registrada em comum nas suas ferrugens. Os cadeados que fechavam histórias traziam sutilmente relatos bruscos de angústia e desapontamento. Ainda na porta, uma pequena janela dava margem a mortes escondidas. Hoje eu conheci um pouco do outro lado. O mundo paralelo que parecia tão distante, esteve ao meu lado ou dentro do meu mundo.

Em uma data simbólica ao Dia da Mulher, foi comum encontrar desde o início da manhã mensagens de auto estima e consumismo, capazes de enfeitar o fabuloso dia de ‘mãos limpas’, ‘contas pagas’ e ‘tá tudo bem’. Os conhecidos discursos de datas comemorativas foram mais uma vez cumpridos fielmente. Hoje, as palavras eram efusivas no mundo afora. Mas depois de viver normalmente todo esse ritual, eu escolhi ir para o mundo real, com menos barulho e talvez mais dor. Não sei se essa superficialidade atual em que se vive no mundo aqui fora, pode ser considerada realidade. Mas ainda escolho aquilo que me torna mais humana como verdade. Honestamente, não sei, mas prefiro não saber. Os mundos cada vez tornam-se mais irreais porque eles estão perdidos e não se encontram.

O que seria uma visita jornalística para saber a realidade de detentas, tornou-se em opção por enfrentar a escolha de arrepios constrangidos ao ler histórias através de diversos olhos femininos. Eles se encontravam atrás de grades, por entre as celas, naquele único corredor cumprido. Encontrei o fator diferencial entre os dois mundos: a bruta solidão física e ardentemente emocional somada à ausência de liberdade, ainda que o ‘meu’ mundo não me faça uma pessoa livre e não me ofereça o infinito. Ao menos esse daqui. Ao menos o que foi feito dele. Ou talvez o que eu própria tenha o tornado.

Lá, na escuridão do corredor cinzento que me apresentava celas, todas são iguais. Talvez essa característica também diferencie tanto do mundo aqui fora. Não há separação ou direito desigual. Assassinato a um filho ou roubo de uma fruta no supermercado estão enclausurados na mesma cela. Vivem a mesma solidão. A de não poder olhar paro o céu e o encontrá-lo cheio de estrelas a noite. Ou de ter acesso apenas à parte da grande intensidão da luz do sol a cada tarde de verão. Ou talvez de contar os dias e as incansáveis horas para poder receber palavras simples de alguém do mundo ‘normal.’ Lá, não há direito para correr na chuva só para se refrescar e relembrar a infância. Não há escolha para a expectativa do sábado a noite por entre as ruas, sem direção, com os amigos ou com sua própria companhia. Não há direito para o almoço em família no domingo. Lá os pesadelos são normais e os sonhos são valorizados. O tempo é ainda mais predominante e dominador sob homem, ao ponto de desapontá-lo.

São portas iguais com histórias únicas que nos confrontam. Passados inconseqüentes e julgadores. O homem tornou-se traidor de si mesmo e só é dono do seu presente.
Na prisão, o barulho ecoa um pedido de liberdade e novidades. Expressas em seus olhos, as noites pareciam longas e o arrependimento doer como fogo ardente no peito. Existe a esperança para aqueles que são fortes. Mas o que seria a força? Lá, todos os sentimentos são colocados à prova. Como saber se sou forte se ainda não conheço o real sentido da fraqueza? Como tornar-me-ei fraca se já suportei a morte? E quem há de pagar pelo que se faz nessa terra? Lá, o julgamento mostra os dois lados de forma mais intensa e avassaladora.

Saí pra rua. Tive vontade de ver o céu azul misturado ao frio úmido da minha cidade. Voltei mais uma vez. Uma delas me perguntou se eu poderia dar notícias do mundo aqui fora. Disse que continuamos doentes, presos como elas. Mas suavizei que havia muita música, arte, sonhos e esperança em alguns corações. Duas delas sorriam e uma delas me disse que sentia vontade de dançar. Em uma fração de segundos meu coração se apertou, contraiu-se como estivesse sendo esmagado por um par de mãos firmes. Disse a ela que dançasse. O pleno corredor escuro não poderia ofuscar o desejo de se movimentar. Ela disse que queria correr. Fiquei sem respostas, pois correr exige espaço, livres espaços. Estávamos apertadas, por entre as celas e suas ferrugens tão gastas. Mas a encorajei a correr dentro do ambiente que lhe era permito estar. Ela disse que iria tentar.

Não sei se dançou. Eu voltei pro mundo real e ilusoriamente livre.
Pelo caminho das ruas, encontrei algumas crianças, pelas calçadas, deitadas. Fui para o meu ambiente de trabalho. Me senti impotente. Lembrei que, depois de minha jornada de serviço, poderia fazer o que eu quisesse. Correr, dançar e sonhar na minha cama. Lembrei do desejo da dança daquela detenta. Pedi a Deus que a fizesse dançar, ainda que estivesse lá. Ainda que estivesse presa por ter cometido algum “erro”.

A noite, cheguei no portão da minha casa e meu cachorro, agitado, livre e correndo freneticamente como faz diariamente, me recebeu com alegria. Seus olhos estampavam felicidade por me ver. Meus carinhos o deixaram efusivo como uma criança quando ganha um brinquedo. Tive vontade de chorar. Lembrei que tenho meu cachorro, meus pais, meus irmãos, meus amigos e quem eu quiser. Ao meu lado. No mesmo mundo. “Estou livre”, longe de celas físicas e posso correr e dançar sem pedir permissão ou simplesmente apenas desejar.
Mas até que ponto, nós, habitantes desse mundo aqui fora nos diferenciamos daqueles que moram no corredor escuro?

Temos perdido nossa liberdade em um mundo que nos dá acesso a sermos livres. Tornamo-nos escravos do nosso próprio tempo e de nossas atitudes, sendo elas pagas no vazio e no frio das grades... sendo elas pagas na imensidão da chuva e das ruas que nos dão escolhas de direção.