sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Força sempre...


Eu não sei se a madrugada começou tão triste ou se o dia amanheceu em lágrimas. Talvez ambas afirmações estejam certas.
O relógio marcava três horas da manhã. O silêncio se tornou indefeso quando a notícia chegou a tantos de forma instantânea. A mim, ela chegou e fixou-se como um selo de questionamento e dor.

"Polícia Rodoviária Federal confirma morte de Claudio Milar e mais dois em acidente com ônibus do time Brasil de Pelotas,
Zagueiro Régis e treinador de goleiros Giovani Guimarães são as outras vítimas.

Três pessoas morreram no acidente envolvendo o ônibus que levava a delegação do Brasil-Pel de volta a Pelotas no fim da noite desta quinta. A informação foi confirmada pelo coordenador de operações da Ecosul (concessionária que administra a rodovia federal), e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A PRF divulgou, inclusive, o nome de três mortos: o atacante uruguaio Claudio Milar, ídolo da torcida, o zagueiro Régis e o treinador de goleiros Giovani Guimarães." informou a imprensa.

O dia virado em rotina e novidade tornou-se mais sombrio. Nem a chuva fria que caia do outro lado da janela nesse clima quente de janeiro contribuiu para o momento ficar mais cinza e triste. Não bastavam mais as lembranças das alegrias momentâneas do dia e nem da noite, até então. Tudo ficou tão parado naquele instante em que me deparei com a notícia dessa tragédia marcante.
Tente me entender. Estou falando de fidelidade. Falar de tudo o que o time Brasil de Pelotas representa na cidade como no Rio Grande do Sul [e por que não dizer no Brasil?] é completamente difícil para mim. Falar de Xavante, de torcida com garra e paixão em um momento desses é lembrar de cada história construida durante anos por guerreiros que tinham como meta voar mais alto. A meta ainda permanece. Mas nesse momento, a dor invade em todos.
Sentimentos de dúvida, inconformismo e tentativas de fazer o tempo voltar e começar tudo de novo se fazem presentes dentro de mim. O silêncio soou em gritos que pediam uma falsa verdade. Nada poderia ser mais verdadeiro como o que acabei de ler. Queria que o acontecimento não fosse tão real como o pesar que se encontra em mim.
O som calado melodiava como música triste, embora eu não entendesse aqueles ruídos e buscasse decifrar como um silêncio poderia ressoar. O coração queria escrever, mas chorava. O telefone tocava sempre. As letras precisavam sair.

Como será no dia seguinte? Ter de ser forte e encarar a realidade fazendo o papel de cidadão e imprensa? É necessário divulgar, mas eu quero me calar. Falar de morte, é lidar com vidas, famílias, histórias e caminhos. Falar de morte de jogadores do xavante, é lidar com tudo isso e com uma torcida desesperadamente apaixonada. Mas esse termo 'torcida' carrega consigo ainda uma série de significados fortíssimos dentro do contexto em que vivo. Carrega esperança, expectativa, adrenalina, fidelidade e mais paixão. Carrega choro, carrega ânimo. Ser xavante é suar a camiseta quando se está cansado e mesmo assim continuar achando que sempre valerá a pena. Ser xavante é valorizar o presente, é ser feliz pela história e pelo que motiva a acreditar em um futuro próximo bom. Ser xavante é apesar de tudo, sentir-se feliz.
A história rubro-negra tornou-se mais negra do que rubro hoje. E quando falo isso, apenas quero dizer que ficou mais escura, simbolizando o 'luto'. Ficou mais cinza, mais calada. Impossível não se comover. Difícil não querer ver os ponteiros do relógio correrem na direção contrária para tudo ser diferente. Mas eu não esquecerei os aplausos em que demos hoje naquele estádio repleto de lágrimas e corações em pedaços. Aplausos de valorização e reconhecimento a tudo o que cada um representou e sempre representará dentro da história do time, dentro da história de vidas torcedoras.
Cada lágrima de cada apaixonado, simpatizante ou desconhecido caiu como um sentimento de 'adeus'. As homenagens, as visitas, os inúmeros aplausos de novo me deixaram constrangida com o acontecimento. É como se eu ainda não estivesse conhecido esse mundo tão instantâneo e surpreendente. Ontem o gol do pênalti. Hoje a tragédia. Ontem a vibração com a torcida seguida da entrevista descontraída. Hoje a morte.
O time forte com cores de raça perdeu Claudio Milar, grande ícone e herói futebolístico para todos os que o conheceram. Perdeu o companheirismo e a força de Régis, perdeu Giovani na parte colaboradora técnica. Perdeu três filhos de sua trajetória, mas não perdeu a garra e a esperança.

Avante com todo esquadrão Xavante querido. Eu quero te ver vencer. Seja com lutas, seja com choros. É assim que te fazes querer sempre merecer. Tu tens o teu nome gravado na história, eu ainda serei testemunha de todas tuas vitórias.

sábado, 10 de janeiro de 2009

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A questão não é saber interpretar minhas palavras.
É saber interpretar meus sentimentos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O amor, na visão mais linda

Não é muito difícil notar o quanto eu me sensibilizo por algumas coisas. Seja por frases de amor, por uma simplicidade, pela sensibilidade musical que sinto através de sons, por gestos de alguém, por pensamentos filosóficos e sábios, por sorrisos encantadores, por olhares que se tornam espelhos de algum sentimento, por letras ou outra coisa que, de alguma forma, me chame atenção.
Quando recebi essas 'declarações' de amor, fiquei bastante constrangida. Não pela 'sabedoria' que trazem em suas decorrências, mas pela pureza da forma mais intensa que eu poderia receber. São crianças, os seres mais inocentes do mundo 'tentando' descrever o amor. E conseguiram. O amor carrega consigo uma porção sem tamanho de simplicidade, de verdade e de busca por expressão do que si próprio é em sua essência. Nada melhor do que a personificação da inocência 'falar' sobre ele. É tão difícil falar de amor em um mundo tão diferente e desigual. Tão carente e distante de toda verdade que esse sentimento é.
Aprendo sempre com crianças. Tento sempre entendê-las, mas não consigo. Assim como não consigo entender e descrever o amor. De tão puro, suave, lindo, grandioso, sublime e libertador que é.
Abaixo, as 'declarações'.
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“Amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere seus sentimentos.” - Mathew, 6 anos.

“Quando minha avó pegou artrite, ela não podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos do pé. Meu avô, desde então, pinta as unhas para ela. Mesmo quando ele tem artrite.” - Rebecca, 8 anos.

“Eu sei que minha irmã mais velha me ama porque ela me dá todas as suas roupas velhas e tem que sair para comprar outras.” - Lauren, 4 anos.

“Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, mesmo se conhecendo há muito tempo.” - Tommy, 6 anos.

“Quando alguém te ama, a forma de falar teu nome é diferente.” - Billy, 4 anos.

“Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas fritas sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela.” - Chrissy, 6 anos.

“Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes, para ter certeza de que está do gosto dele.” - Danny, 6 anos.

“Amor é quando alguém está conosco no natal e pára de abrir os presentes para apenas nos escutar.” - Bobby, 5 anos.

“Se você quer aprender a amar melhor, deve começar com alguém que você não gosta." - Nikka 6 anos.

“Quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo e sente medo que essa pessoa não venha a te amar por causa disso, aí você se surpreende, já que não só continuam te amando, como agora te amam mais ainda.” - Samantha , 7 anos.

“Há dois tipos de amor, o nosso amor e o amor de Deus, mas o amor de Deus une os dois.” - Jenny, 4 anos

“Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda fala que ele é mais bonito que o Robert Redford.” - Chris, 8 anos.

“Durante minha apresentação de piano, eu vi meu pai na platéia me acenando e sorrindo. Era a única pessoa fazendo isso e eu não sentia medo. - Cindy, 8 anos.

“Não deveríamos dizer eu te amo a não ser quando realmente o sintamos. E se sentimos, então deveríamos expressá-lo muitas vezes. As pessoas esquecem de dizê-lo.” - Jessica, 8 anos.

“Amor é se abraçar, amor é se beijar, amor é dizer não. - Patty, 8 anos.

“Amor é quando seu cachorro lambe sua cara mesmo depois que você o deixa sozinho o dia inteiro.” - Mary Ann, 4 anos.

“Deus poderia ter dito palavras mágicas para que os pregos caíssem do crucifixo, mas ele não disse isso. Isso é amor.” - Max, 5 anos.

domingo, 23 de novembro de 2008

Há algo mais no céu do que os aviões de carreira


A opinião que você nem sabia que tinha. O desejo de comprar algo que ontem não existia. A celebridade que você não conhece, mas é sua amiga.
O
que a mídia não diz mas quer que você pense. Tudo isso é invisível aos olhos. Mas está no ar. Todos os dias. Em todos os lares.
Democratizar a comunicação é aprender a produzir informação e a decifrar as mensagens que nos entregam.

domingo, 16 de novembro de 2008

mais verdade

Santa catarina é a personificação da paisagem bonita.

Eu que sempre amei muito mais um inverno do que essa calorada toda, voltei confessando que um climinha de praia [principalmente ao entardecer] é uma pedida maravilhosa e faz bem para a alma [quando sabemos aproveitar].

Aliás, eu nunca fui contra essa coisa toda, mas nem sempre muito fã. Prefiria climas mais frios, com roupas gigantes e elegantes, cabelos esvoaçantes ao frio, chuvas e gelados em geral, embora todo o meu romantismo se derreta com um fim de tarde na praia.

Agora... quando se trata de amigos juntos, palco muito bem representado, pessoas bacanas e 'aparentemente muito semelhantes a ti' por gostos, ideologias e tudo mais, aquilo que era muito mais 'estereotipado' do que um 'conceito' ou 'experiência', acaba se dissipando e mudando.

Falando nisso, essa coisa do 'esteriótipo' é engraçada e instigante. As pessoas criam isso e levam como 'guardiã' de ações e atitudes. Fazem uma imagem de algo ou estilo, criam cenários de observações equivocadas em suas mentes. E isso acontece por tudo: crença, estilo de roupa, preferência musical, o que gosta ou faz...

Claro, as preferências de alguém mostram aquilo que a pessoa é. Somos feitos de nossas escolhas, até no modo de nos vestirmos ou pertencermos a um determinado grupo, tudo isso mostra uma parte ou um todo do que a pessoa é e representa, dependendo de cada um. Mas o fato é que isso não é o bastante. O fato é que não se pode levar ao pé da letra algo criado através de 'imagens prontas' por nós mesmos ou muitas vezes influenciadas por pessoas 'bacanas' que achamos 'massapracaramba'.

Ah... como me questiono com isso. Vive-se num mundo em que 'ideologias baratas' vendidas em alguma esquina da vida acabam tornando-se verdades alheias. A originalidade abriu espaço para a 'influência impensada' na busca de reconhecimento. 'hey, estou adorando essa ondinha agora de cortar os pulsos'. 'hey, sou uma pessoa inteligente por ler todos os dias Machado de Assis'. 'você não bebe? que careta e idiota você'. 'drogas matam, o mundo está violento, não vou sair a noite para ser diferente', 'hey, me achem contemporâneo e under por não acreditar em Deus!'. 'hey, me chamem de virgem por ir a um grupo jovem e na igreja todo domingo'. 'hey, eu penso na humanidade por ser doador de sangue. VEJAM! eu doei', 'hey, eu não como carne porque quero salvar os animais desse mundo', 'hey, eu como carne porque o mundo é hipócrita'.

'eu, eu e eu'. 'eu preciso dizer a você o que SOU para você me reconhecer.'

Entretando, a verdade é que uma atitude nem sempre ou nunca ultrapassa várias da nossa vida. O que você faz, não precisa ser tão 'esteriotipado' assim. Não busque reconhecimento e não queira ser quem você nunca foi. E se você é tudo aquilo que sempre quis ser [ou diz ser], não faça tanta questão de dizer ou mostrar. Tudo é visto ao natural e por 'ângulos' que menos esperamos.

que música estás ouvindo agora? BOSSA NOVA? ow meu Deus, o canal agora é o PUNK. Esquece essa coisa antiga aí.

Quer saber? quando se vai a um lugar assim.. a gente aprende a viver melhor. Eu, ao menos. Aprendo a entender que a vida é muito mais do que simples conceitos muitas vezes desconhecidos por nós mesmos.

Massa é ter um estilo. Estilo de enxergar a vida, de crer em algo ou não crer, de pertencer a um grupo, de amar apenas um estilo musical ou todos, de se vestir de preto ou branco, de amar o dia ou enlouquecer na noite. Tudo isso existe para que possamos ter diferenças e nos encaixarmos naquilo que mais nos chama a atenção. Eu tenho meus princípios e convicções muito fortes dentro de mim, tenho meu grupo de amigos, minhas leituras favoritas, minha playlist sempre tocando, meus sorrisos àquilo que bate meu coração mais forte e minha indiferença àquilo que não me faz bem, mas preciso entender que antes de mais nada, é importante ter maturidade para com tudo isso. Saber onde piso e porque estou pisando. Saber se creio ou não e por que eu creio /ou não. 'eu vivo assim porque eu li que aquele escritor sensacional pensa assim. sei lá, vi aquilo e resolvi ser assim, o motivo eu não sei'.

Tenha seu estilo próprio, mas que ele seja seu por razões suas. Eu não estou dizendo que tenha que inventar algo... eu não nasci ontem, hoje em dia tudo é reinventação do que já foi feito. Eu estou dizendo que você poderia ao menos parar de criar tantas suposições de algo que no fundo, é desconhecido.


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E para quem entende: Sim! eu estive ao lado da Darlene [Hilssong], a gente conversou muito e ela é amada demais !!! \o/

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Caçador(a) de mim


Por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim, doce ou atroz, manso ou feroz... Eu, caçador de mim. Preso a canções, entregue a paixões que nunca tiveram fim. Vou me encontrar longe do meu lugar... Eu, caçador de mim.

Nada a temer se não o correr da luta. Nada a fazer se não esquecer o medo. Abrir o peito a força, numa procura. Fugir às armadilhas da mata escura. Longe se vai Sonhando demais, mas onde se chega assim? Vou descobrir o que me faz sentir. Eu, caçador de mim.

Composição de Luís Carlos Sá e Sérgio Magrão

Interpretação: Milton Nascimento

*Aplausos a Rafael Bernardo, com uma interpretação incomum e longe de definições vocabulárias.

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a música fala por mim.

é assim que me sinto, caçadora de mim mesma, de minhas escolhas, meus erros e meus sonhos.

mais inspirada do que antes, mais cansada que amanhã, mais apaixonada por aquilo que me dá prazer como minha família, meus amigos, meu presente e minha fé naquilo que está acima de qualquer comparação humana.

voando mais alto, buscando chegar mais pertindo do céu e de mim mesma, caçadora dos meus objetivos e das palavras que possam descrever meus sentimentos e minhas sensações.

amante da minha vida, desamante da contradição e do desequilíbrio. distante daquilo que não me faz descobrir, perto dos meus afagos, inativa à indiferença.

cada vez mais próxima dos meus sonhos.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

levem-me às flores. mostrem-me as estrelas.
tragam-me boas novas. me ensinem a esperar.
digam-me que vai acabar tudo bem. façam-me esquecer o (in)esquecível.
dancem comigo. coloquem música a minha vida.
falem-me de amor.me deixem sonhar.