Para 2013, com muita vontade.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Otro lado de la Montaña
Passadas no Chile, Santiago, Valpo, Viña e Isla de Pascua.
Nesta expedição: Rodrigo Elste, Raul Garré, Deny Barboza e Jorge Curi
[outubro 2012]
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Segundo os Olhos de Miramar
Do dia 20 para 21 de dezembro de 2012 ocorreram fatos estranhos. Alguns abriram o coração, outros cortaram os pulsos, pulsaram o inerte, expulsaram demônios, lavaram as mãos, apagaram pecados, pagaram pecados, choraram sobre a alegria derramada, revisaram o saldo, saldaram dívidas, subiram a aposta, quebraram a banca, viveram como nunca, como se não houvesse amanhã , mas houve. Mais uma vez houve quem negasse – por três vezes ou mais- os fatos e os feitos e houve quem escondesse os pulsos, negasse as dívidas, rezasse por uma amnésia epidêmica, que mantesse a ordem, matasse a memória, salvasse o futuro.
(...)
De qual mundo estamos falando? Talvez detenha a resposta um pássaro antigo que repete velhas palavras que poderiam salvar o mundo, se não tivéssemos matado os índios que o ensinaram a falar. Ele nos fala dos sabores e saberes de cada fruto, vida e cultura por nós exterminada, do silêncio dos mortos de Auschwitz e Ramala, onde repousa o idioma da tolerância que um dia aprenderemos a falar, dos muros – os caídos e erguidos, que nos dividem e não impedem invasões, de tudo que sabemos e negamos – três vezes ou mais- em nome da ordem do mundo que cada um inventou, como se não fôssemos um todo e de todos o mundo, que não nos pertence e ao qual pertencemos. Não creio que esquecendo o mundo dos nossos filhos seja melhor, o amanhã esteja assegurado.
(...)
Talvez haja tempo de lavar o mar, o ar, os rios, cuidar da vida, viver sem medo. Creio que existirão junhos e outros meses e anos melhores. Eles não virão de profecias, não cairão dos céus, virão de nós, os sobreviventes do fim do mundo.
[Maurício Raupp Martins é produtor e apresentador do Programa Cantos de Luta e Esperança, na RádioCom]
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Bem no fundo
Bem no fundo
no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
[Paulo Leminski]
domingo, 16 de dezembro de 2012
eu durmo comigo
eu durmo comigo/ de bruços deitada eu durmo comigo/ virada pra direita eu durmo comigo/ eu durmo comigo abraçada comigo/ não há noite tão longa em que não durma comigo/ como um trovador agarrado ao alaúde eu durmo comigo/ eu durmo comigo debaixo da noite estrelada/ eu durmo comigo enquanto os outros fazem aniversário/ eu durmo comigo às vezes de óculos/ e mesmo no escuro sei que estou dormindo comigo/ e quem quiser dormir comigo vai ter que dormir ao lado.
Angélica Freitas, do livro Um útero é do tamanho de um punho.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Inventário do Desamor
Deixo contigo meu sangue
meus livros e minhas horas.
E a dor cansada na insônia
contra o lençol das demoras.
Deixo a paz que eu encontrei
mas me fugiu entre os dedos.
E a chave surda e sem uso
da gaveta dos meus medos.
Deixo perdido um poema
e não por esquecimento:
mas pra que um dia eu te encontre
na leve pauta dos ventos.
Deixo contigo meu ventre
meus olhos, minhas entranhas.
E com mãos nuas, reflito:
- Perde mais quem hoje ganha?
Deixo contigo meus beijos
meu suor, meu desabrigo.
Deixo roupas, documentos.
De meu, nada irá comigo.
Deixo a sombra, de teimosa.
Deixo as fotos, deixo a casa.
Do poço mais infinito
E a dor cansada na insônia
contra o lençol das demoras.
Deixo a paz que eu encontrei
mas me fugiu entre os dedos.
E a chave surda e sem uso
da gaveta dos meus medos.
Deixo perdido um poema
e não por esquecimento:
mas pra que um dia eu te encontre
na leve pauta dos ventos.
Deixo contigo meu ventre
meus olhos, minhas entranhas.
E com mãos nuas, reflito:
- Perde mais quem hoje ganha?
Deixo contigo meus beijos
meu suor, meu desabrigo.
Deixo roupas, documentos.
De meu, nada irá comigo.
Deixo a sombra, de teimosa.
Deixo as fotos, deixo a casa.
Do poço mais infinito
só levo a alma, presa e rasa.
[Jaime Vaz Brasil]
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
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