.pára; deixa teu suor se confundir
com a água da chuva
teu corpo fatigado
em pauladas tórpes
precisa sentir
carícias em suas curvas
fica, deixa essa água cair
gelando teus ombros
escorrendo em pingos teus cabelos
jogando pra baixo do inferno
teus escombros
tapeando teus desesperos!
vai, a mágoa vai passar
palavras duras
e não's frios sairão pele a fora
teus pêlos sentirão calafrios:
é a água levando
teus pensamentos doentios
todos fecharam suas janelas
- observam, distantes, pelo vidro
... mas espinhos são levados pelo vento
como suas vontades, impecilhos
vazios, sem tempo e desafio
tira, chinelos ficam lá!
te entrega mais a essa chuva:
ela é de graça
e nao traz desgraça
não a desfaça!
pois permanece santa
quando cai com calma
pura e gelada, desce agora
em teus poros, tua alma
tua fala em tua garganta tranca
grita! ao menos uma vez essa desordem
lamenta então ao rio que passeia em tua área
tuas dores aliviarão em água.